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POLÍTICA
18/08/2021 18:29
Atualizado
18/08/2021 18:29

"A democracia não pode ser questionada da forma como vem sendo questionada no país"

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que esteve reunido nesta quarta-feira (18) com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, defendeu o diálogo entre os três poderes, especialmente entre o Judiciário e o Executivo. Um encontro com representantes dos três Poderes havia sido anunciado há algumas semanas, mas acabou sendo cancelado por Fux após Bolsonaro reiterar suas críticas a ministros do STF e afirmar que poderia atuar fora das "quatro linhas" da Constituição.
FOTO: PEDRO GONTIJO/AGÊNCIA SENADO

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, defendeu nesta quarta-feira (18) o diálogo entre os Três poderes, especialmente entre o Judiciário e o Executivo. Ele disse que o radicalismo e o extremismo são ruins para o Brasil e que "a democracia não pode ser questionada da forma como vem sendo questionada no país".

Pacheco fez essas declarações logo após encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

“O diálogo entre os representantes dos Poderes é fundamental e é um pilar essencial da democracia. Ajustamos [Pacheco e Fux] a manutenção desse diálogo; externei o respeito pelo Judiciário, pelo STF. Obviamente que exigimos de outra parte o respeito ao Poder Legislativo, e todos também devem respeito ao Poder Executivo e exigem a reciprocidade”, disse.

Na reunião, Pacheco pediu a Fux o restabelecimento do diálogo com o Executivo. Um encontro com representantes dos três Poderes havia sido anunciado há algumas semanas, mas acabou sendo cancelado por Fux após Bolsonaro reiterar suas críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal e afirmar que poderia atuar fora das "quatro linhas" da Constituição.

“É muito importante que se restabeleça o contato neste momento, sobretudo entre o presidente do STF e o presidente da República, num diálogo em que se possa identificar quais são as dificuldades, os problemas e suas razões, e buscar consenso, buscar convergir, sabedores todos que as divergências devem ser respeitadas e que a solução delas sempre se encontra por meio de instrumentos estabelecidos na Constituição”, afirmou Pacheco, acrescentando que "não é necessário concordar sempre, mas [é preciso] ter sobretudo respeito à divergência".

O presidente do Senado ressaltou que Luiz Fux se mostrou disposto a remarcar a reunião entre representantes dos três Poderes.

Entre os assuntos a serem discutidos, observou Pacheco, estão a consolidação da democracia no país, reformas estruturantes e o combate à fome, à miséria e ao desemprego.

“A democracia não pode ser questionada da forma como vem sendo questionada no país. É, portanto, uma conversa importante, necessária e que considero que possa ser o reinício de uma relação positiva entre os Poderes”.

IMPEACHMENT NO STF

Pacheco disse que ele e Fux não trataram, durante o encontro desta quarta-feira, dos possíveis pedidos de impeachment de ministros do STF (que Bolsonaro anunciou que iria fazer).

“Temos que ter uma responsabilidade muito grande com isso [impeachment]; isso não pode ser banalizado. É um instituto grave, excepcional, aplicado em casos muito específicos. Esse é um critério de natureza política, mas sobretudo jurídico e técnico, tanto para ministro do Supremo como para o presidente da República. É preciso ter um filtro muito severo — declarou ele.


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