25 NOV 2024 | ATUALIZADO 11:42
POLÍTICA
03/11/2021 16:39
Atualizado
03/11/2021 16:39

Câmara deve votar hoje (3) a PEC que tentar driblar teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil

A votação da PEC 23/21, mas conhecida como PEC dos Precatórios, foi marcada pelo presidente da câmara, deputado Artur Lira, para às 18h. O texto, aprovado com mudanças na comissão especial, limita o valor de despesas anuais com precatórios (dívidas do governo com sentença judicial definitiva), corrige seus valores exclusivamente pela taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos.
FOTO: CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

O Plenário da Câmara dos Deputados pode votar nesta quarta-feira (3) a PEC dos Precatórios (Proposta de Emenda à Constiuição 23/21).

Precatórios são dívidas do governo com sentença judicial definitiva, podendo ser em relação a questões tributárias, salariais ou qualquer outra causa em que o poder público seja o derrotado.

O texto, aprovado com mudanças na comissão especial, limita o valor de despesas anuais com precatórios, corrige seus valores exclusivamente pela taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos.

O limite das despesas com precatórios valerá até o fim do regime de teto de gastos (2036) e para o próximo ano será o valor pago em 2016 (R$ 19,6 bilhões) aplicado o IPCA acumulado do período.

A estimativa é que o teto seja de quase R$ 40 bilhões em 2022. Pelas regras atuais, dados do governo indicam um pagamento de R$ 89 bilhões em 2022, frente aos R$ 54,7 bilhões de 2021.

AUXÍLIO BRASIL

Um dos objetivos da mudança de regras é viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que vai substituir o Bolsa Família.

“A PEC é fundamental para abrirmos espaço fiscal para a implantação do novo programa destinado a socorrer a população vulnerável. Nós estamos falando do Auxílio Brasil, estamos falando de milhões de brasileiros que continuarão a ter o apoio do governo”, disse o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), durante a discussão no Plenário.

Segundo o relator da PEC, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), os precatórios de até R$ 66 mil têm o pagamento garantido e o processo será por ordem cronológica.

A proposta, segundo ele, também abre possibilidade de negociação entre o governo e os credores em troca de imóveis e ações de empresas estatais para evitar o estoque de precatórios.

Mas o texto não é consenso. “O governo busca aprovar o calote nesta Casa. Trata-se de direito líquido e certo sendo surrupiado”, criticou a deputada Erika Kokay (PT-DF).

EDUCAÇÃO

Durante a discussão da PEC, a renegociação de dívidas da educação relativas ao Fundef foi o ponto que gerou mais polêmicas.

O relator argumentou que o texto não trata especificamente de recursos da educação e afirmou que todas as dívidas serão tratadas da mesma forma. “Eu não aceitaria ser relator de uma matéria para prejudicar a educação brasileira”, disse Hugo Motta.

Mas críticos da proposta afirmam que o texto retira recursos da educação. “A PEC criou um parcelamento de precatórios que engloba Estados e municípios, sobretudo, de dívidas representadas em precatórios advindos do Fundef, ou seja, representa um calote aos entes subnacionais, particularmente da Educação, em nosso País”, reclamou o deputado Ivan Valente (Psol-SP), durante o debate no Plenário.

A discussão sobre a proposta foi encerrada na semana passada. Agora os deputados precisam votar o texto, que é o único item da sessão de votações desta tarde, prevista para as 18 horas.


Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário