29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
SAÚDE
05/11/2021 15:25
Atualizado
05/11/2021 15:26

Pandemia do coronavírus pode aumentar as estatísticas do câncer de próstata

De acordo com dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), Mossoró registrou no ano de 2020 cerca de 100 casos da doença. Esse número pode ser ainda maior, visto que os dados ainda estão em fase de consolidação. Em todo o Rio Grande do Norte, foram mais de 1500 casos desse câncer, sendo 380 na capital Natal. Já a nível de Brasil, estimam-se que sejam registrados mais de 65.000 novos casos da neoplasia, neste ano de 2021. A LMECC alerta para importância do diagnóstico precoce.
FOTO: REPRODUÇÃO

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais recorrente no sexo masculino, representando cerca de 10% do total de cânceres.

Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

De acordo com dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), Mossoró registrou no ano de 2020 cerca de 100 casos da doença. Esse número pode ser ainda maior, pois os dados ainda estão em fase de consolidação.

Em todo o Rio Grande do Norte, foram mais de 1500 casos desse câncer, sendo 380 na capital Natal. Já a nível de Brasil, estimam-se que sejam registrados mais de 65.000 novos casos da neoplasia, neste ano de 2021.

“Infelizmente não existem formas de prevenção do câncer de próstata. Nosso principal objetivo é o de fazer a detecção da doença em fases iniciais e, para isso, a consulta médica e os exames periódicos são essenciais”, explica o Médico Urologista da LMECC, Dr. Éddio Dantas.

O Urologista recomenda que a prevenção deve ser feita a partir dos 45 anos em caso de homens que possuem histórico do câncer de próstata na família ou são da raça negra, fatores de risco para a doença.

Se não possuem essas características, as visitas ao urologista devem acontecer anualmente a partir dos 50 anos, para que seja feito o exame de toque e de PSA, principais meios para detectar a doença precocemente.

“Nessa avaliação será necessária a solicitação de um exame no sangue, chamado PSA e a realização do exame de toque retal. Quando esses exames são realizados no período correto, a capacidade de rastreio e detecção precoce aumenta bastante”, ressalta Dr. Éddio.

A Liga Mossoroense oferece consultas e cirurgias com médico urologista semanalmente, via Sistema de Regulação da Prefeitura Municipal de Mossoró e parceria firmada com outras Prefeituras da região.

PANDEMIA DO CORONAVÍRUS PODE AUMENTAR AS ESTATÍSTICAS

Ainda tido como um tabu a ser quebrado pelos homens, devido ao preconceito em fazer os exames de rastreio e culturalmente terem menos cuidados com a saúde do que as mulheres, outro fator que pode contribuir para o aumento dos casos de câncer de próstata num futuro próximo é a pandemia do coronavírus.

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta sobre os impactos da pandemia da covid-19 no setor, especialmente na realização de diagnósticos e de tratamentos do câncer de próstata. De acordo com reportagem da Agência Brasil (EBC) as cirurgias para retirada da próstata por câncer tiveram redução de 21,5% na comparação entre 2019 e 2020.

“O fenômeno da pandemia gerou uma importante redução no número de consultas urológicas de rotina, solicitações de PSA, solicitações de biópsias de próstata e realização de cirurgias por câncer de próstata. Isso certamente afetará no aumento de diagnósticos da doença em fases mais avançadas. Os homens precisam estar atentos para manter sua avaliação em dia e diminuir o risco de diagnóstico em fase tardia”, alerta Dr. Éddio Dantas, Médico Urologista da LMECC.

Os dados inéditos do Ministério da Saúde, obtidos a pedido da SBU, constam do Sistema de Informação Hospitalar (SIH).

As coletas do antígeno prostático específico (PSA) e de biópsia da próstata que, junto com o exame de toque retal, que diagnosticam a doença, registraram quedas de 27% e 21%, respectivamente, como mostram as informações do Sistema de Informações Ambulatoriais, do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Rio Grande do Norte está entre os três primeiros estados que lideram a estatística de queda na realização dos exames de biópsia, se comparado os anos de 2019 e 2020. O primeiro é o Acre com queda de 90%, seguido de Mato Grosso com redução de 69% e, em terceiro, o Rio Grande do Norte, que verificou queda de 50% nos exames de biópsia da próstata entre 2019 e 2020.


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