O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social confirmou, nesta terça-feira (9), por meio de nota, a exoneração do coordenador de Análises Criminais da Sesed-RN, Ivênio Hermes, após ocorrência policial na noite desta segunda-feira (8), na capital.
A Sesed informou que “todas as medidas foram adotadas, a partir do atendimento à ocorrência, assegurando a transparência e amplo direito legal às partes envolvidas''.
Ivênio foi conduzido à delegacia de plantão da zona Sul de Natal, após efetuar disparos de arma de fogo durante uma discussão com um vizinho. A Polícia Militar teria sido chamada e o conduziu até o plantão. Ele foi autuado por disparo de arma de fogo e ameaça.
O caso aconteceu em um condomínio, localizado na avenida Praia de Pirangi, em Ponta Negra.
A outra pessoa envolvida no caso, o uruguaio Pablo Sanchez, que é instrutor de surf, contou ao G1/RN que os filhos, de 13 e 9 anos, estavam sendo acusados de tocar a campainha da casa de Ivênio Hermes repetidas vezes e que o coordenador teria se irritado com as crianças.
O homem disse que foi à casa do então coordenador da Sesed para dizer que não eram os filhos dele quem estava fazendo aquilo, mas provavelmente outras crianças da rua. Porém Ivênio teria começado a bater boca com o pai das crianças, pegou uma arma e seguiu a família até a casa dela, onde realizou pelo menos seis disparos.
Além de Pablo e os dois filhos, na casa ainda estavam a esposa dele e um terceiro filho, um bebê de um ano e quatro meses.
"Passaram pela frente de uma casa e um vizinho achou que tinham tocado a campainha dele, mas o fato não condiz, porque meus filhos vinham com as duas mãos ocupadas com sacolas e meus filhos são muito respeitosos. Quando chegaram em casa, me falaram que um vizinho tinha ameaçado eles. Fui tomar satisfação, ele me xingou, eu o xinguei e ele ameaçou a gente. Nunca imaginei que ele iria atrás da gente", contou o instrutor.
Fotos feitas pelo uruguaio mostram as marcas dos tiros e a Polícia Militar recolheu quatro projéteis de pistola na casa da vítima. O homem contou em depoimento que o coordenador atirou nele e nos filhos.
"Ele chegou dentro da minha casa e atirou. Eu não sabia que ele era uma pessoa importante. Não tenho intenção de incomodar ninguém, mas não posso permitir que entre uma pessoa em minha casa, atirando por causa de uma campainha", disse.
Apesar das cápsulas de pistola, ao ser detido pelo 5º Batalhão da PM, Ivênio apresentou um revólver na delegacia, que foi apreendido. O coordenador é casado com uma policial civil, que esteve com o marido na delegacia.
Ivênio não deu declarações à imprensa. Em versão registrada pela Polícia Militar e relatada no boletim de ocorrência, Ivênio disse que teria sido ameaçado pelo vizinho.