O número de assassinatos (condutas violentas letais e intencionais-CVLIs) no município de Mossoró-RN foi crescente de 2011 a 2017, quando atingiu o pico de 249 assassinatos.
De 2017 a 2021, registrou queda a ano a ano, como se pode verificar nos números abaixo. A estatística é do site O Câmera, que tem a frente o professor Marcelino Neto.
158ª - 2021
187ª - 2020
222ª - 2019
236ª - 2018
249ª - 2017
217ª - 2016
163ª - 2015
193ª - 2014
181ª - 2013
141ª - 2012
186º - 2011
O trabalho de monitoramento dos casos de crimes contra a vida foi iniciado em 2006. Com base em pesquisa realizada no livro de registro de óbito do ITEP do sistema DATASUS.
Em 2011, estes dados ganharam uma plataforma oficial: o Observatório da Violência do Rio Grande do Norte – OBVIO. O Site O Câmera é um parceiro deste trabalho estatístico.
No caso, além dos números, Marcelino Neto documenta também nomes, idade, endereços e históricos das ocorrências, o mesmo que é feito pelo ÓBVIO, contribuindo, assim, com o Estado na elaboração políticas públicas..
Neste dia 1º de janeiro de 2022, O Câmera divulga reportagem mostrando redução no número de ocorrências desta natureza em 2021 em relação a 2020, com nomes e endereços.
Veja AQUI.
O período de 10 anos de monitoramento dos crimes contra a vida, o ano de 2017 foi o mais violento de todos, tendo registrado 249 ocorrências, seguido de 2018, com 236.
Dois fatores contribuíram para a redução dos casos de homicídios de 2017 ao ano de 2021. Investimento maciço no sistema prisional e trabalho de inteligência da Polícia.
O investimento no sistema prisional começou depois do massacre em Alcaçuz, ocorrido em 2016. Já o trabalho de inteligência passou a agir com mais força em 2015.
Opinião do EDITOR
Apesar dos números de assassinatos ocorridos em 2021 ser menos do que o que aconteceu em 2013, os investimentos em segurança pública no RN não garante sustentabilidade desta estatística. A violência pode voltar a crescer nos próximos anos.
É que segurança pública é um ciclo, que precisa ser atacado em todas as suas fases.
Começa na família, passa na educação, na religião e na formação profissional. Quando estes 4 setores falham, é que é chamado o trabalho ostensivo, que é executado pela Polícia Militar.
Depois vem a Policia Civil, com a investigação junto com a perícia, o Ministério Público Estadual com a denúncia e a Justiça com o julgamento. Por último, para fechar o ciclo de segurança, aparece o sistema prisional.
Analisando friamente estes setores vitais a segurança, não existe um trabalho de fortalecimento da família, os investimentos em educação são pequenos, a religião está dividida e existem poucas unidades de capacitação profissional.
A PM só tem 41% do contingente que precisa para patrulhar as ruas e a Policia Civil a situação é ainda pior: só tem 28% dos homens que precisa para investigar os crimes já ocorridos. É carente de perícia.
A Justiça continua muito lenta para julgar os casos de homicídio, passando a sensação de impunidade, e o sistema prisional, apesar dos investimentos que recebeu, continua apenas piorando os criminosos que recebe.
Por fim, só haverá redução sustentável da violência, quando existir investimento no fortalecimento da família, em educação em tempo integral, na formação profissional e na religião a contento.
Assim como é fundamental PMs patrulhando as ruas em número adequado e com tecnologia, Policiais Civis investigando os crimes já ocorridos e a Justiça julgando os casos com rapidez e eficiência, colocando no seio social a sensação de justiça.
Os presídios precisam colocarem os presos(RN tem cerca de 10 mil presos) para trabalharem, para, assim, aprenderem uma profissão e ter chances de sair do mundo do crime e seguir sua vida normal, sem cometer novos delitos.