20 SET 2024 | ATUALIZADO 10:27
ECONOMIA
07/02/2022 14:29
Atualizado
07/02/2022 14:31

Salário mínimo ideal em janeiro de 2022 seria R$ 5.997,14, aponta o Dieese

O dado leva em consideração que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, e toma por base para o cálculo o valor da cesta mais cara no mês de janeiro, que foi registrado em São Paulo (R$ 713,86). Ainda segundo o Dieese, o valor da cesta aumentou em 16 das 17 capitais onde é realizada mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Em Natal a cesta básica ficou em R$ 551,06 no mês de janeiro de 2022.
FOTO: REPRODUÇÃO

Em janeiro, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 16 das 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

As altas mais expressivas ocorreram em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).

São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 713,86), seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).

Entre as cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 507,82), João Pessoa (R$ 538,65) e Salvador (R$ 540,01).

A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre os preços de janeiro de 2022 e os de janeiro de 2021, mostrou que as maiores altas acumuladas ocorreram em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%). As menores variações acumuladas foram registradas em Florianópolis (6,79%) e Belo Horizonte (6,85%).

Com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em janeiro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 5.997,14 ou 4,95 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.

Em dezembro de 2021, quando o piso nacional equivalia a R$ 1.100,00, o mínimo necessário calculado pelo DIEESE ficou em R$ 5.800,98 ou 5,27 vezes o piso em vigor e, em janeiro, em R$ 5.495,52, ou 5,00 vezes o valor vigente.


CESTA X SALÁRIO MÍNIMO

Em janeiro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 112 horas e 20 minutos. Em dezembro de 2021, a jornada necessária foi calculada em 119 horas e 53 minutos e, em janeiro do mesmo ano, a média foi de 111 horas e 46 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2022, mais da metade (55,20%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo.

Em 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual foi de 58,91%, em dezembro, e de 54,93%, em janeiro.


COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DOS PRODUTOS DA CESTA

  • Em janeiro de 2022, o preço do quilo do café em pó subiu em todas as capitais em comparação com dezembro de 2021, com destaque para as variações registradas em São Paulo (17,91%), Aracaju (12,95%), Recife (12,77%) e Brasília (11,64%).
  • A expectativa de quebra da safra 2022/2023 e os menores estoques globais de café elevaram tanto os preços internacionais quanto os preços internos.
  • O preço do quilo do açúcar aumentou em 15 capitais e as altas oscilaram entre 0,22%, no Rio de Janeiro, e 4,66%, em Brasília. As quedas foram registradas em Florianópolis (-1,09%) e Porto Alegre (-0,22%). A baixa oferta de açúcar, devido à entressafra, elevou as cotações no varejo.
  • O óleo de soja registrou aumento em 15 capitais, entre dezembro e janeiro. As maiores variações ocorreram em Belém (5,99%), Brasília (4,69%) e Campo Grande (3,31%). Vitória (-0,90%) e Aracaju (-0,69%) apresentaram redução mensal no preço médio. O clima pode afetar a oferta de soja no Brasil e, além disso, há expressiva demanda externa pelo grão e pelo óleo bruto. No varejo, os preços seguiram em trajetória de alta.
  • A batata, pesquisada na região Centro-Sul, teve o preço elevado em nove das 10 cidades, em janeiro de 2022. Os maiores aumentos ocorreram em Belo Horizonte (42,12%), Rio de Janeiro (31,74%) e Goiânia (20,30%). Em Porto Alegre, houve retração de preço (-4,41%). As chuvas de janeiro atrasaram a colheita, o que causou redução na oferta e, em algumas regiões, afetou a produtividade.
  • O valor do tomate subiu em 14 capitais, exceto nas cidades do Sul. As taxas positivas oscilaram entre 2,15%, em Belém, e 47,43%, em Aracaju. No Sul, a variação negativa chegou a -17,26% em Porto Alegre. As altas de preço são reflexo da menor oferta, uma vez que a área plantada de tomate foi reduzida.
  • O preço do arroz agulhinha diminuiu em 16 capitais, com destaque para as variações de Vitória (-9,87%) e Salvador (-6,97%). A única elevação de preço, entre dezembro e janeiro, ocorreu em Brasília (2,11%). A menor demanda interna e o desempenho das exportações aquém do esperado fizeram com que a oferta de grãos fosse maior e o preço diminuísse no varejo.
  • O valor médio do litro do leite integral recuou em 13 capitais, com destaque para as taxas de Vitória (-4,57%), Salvador (-3,61%), Curitiba (-2,71%) e João Pessoa (-2,67%). Em Goiânia, não houve variação de preços. Três cidades apresentaram elevação: Brasília (2,09%), Rio de Janeiro (2,05%) e Belo Horizonte (0,47%). A menor demanda, devido aos altos patamares de preço, e os maiores estoques no campo reduziram o valor no varejo, na maior parte das cidades.
  • O preço do feijão recuou em 12 capitais. Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, as retrações oscilaram entre -8,44%, na capital mineira, e -0,29%, em Aracaju. As altas ocorreram em Campo Grande (2,68%), Goiânia (2,61%), João Pessoa (1,37%), Brasília (1,13%) e Fortaleza (1,09%). Já o preço do feijão preto diminuiu em todas as cidades onde é pesquisado, nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro. As variações oscilaram entre -3,94%, em Porto Alegre, e -1,29%, em Curitiba. Apesar da redução de área plantada, a menor demanda interna e a colheita da primeira safra no Paraná influenciaram a queda de preços do grão no varejo.

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