O segundo mês do ano é dedicado à campanha “Fevereiro Laranja”, que tem o intuito de conscientizar as pessoas sobre o diagnóstico precoce da leucemia e a importância da doação de medula óssea.
Atualmente, a doença ocupa a 9ª posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), neste ano de 2022, serão diagnosticados, no Brasil, mais de 10 mil casos novos de leucemia, sendo cerca de 5.920 em homens e 4.890 em mulheres.
“O objetivo desta campanha é fazer com que a população fique ciente da leucemia e dos principais sintomas e sinais da doença e que o diagnóstico precoce é essencial. Além da importância da doação de medula óssea para a comunidade, que às vezes é necessário para complementar o tratamento”, explica Edvis Serafim, Médica Onco Hematologista Pediátrica da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC).
De acordo com o Setor de Registro Hospitalar de Câncer (RHC) da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), somando-se os anos entre 2017 e 2021 foram registrados cerca de 275 casos da doença na Instituição.
Esse dado pode ser ainda maior, visto que os números de 2021 ainda estão em fase de consolidação. Um ponto positivo é que 92 pacientes estão sem evidência da doença, ou seja, em fase de remissão completa. Enquanto 42 encontram-se apenas com a doença de forma parcial e 34 com a doença estabilizada.
“Algumas doenças genéticas estão associadas a um maior risco de leucemia na criança, como a síndrome de Down, síndrome de Bloom, anemia de Fanconi, neurofibromatose tipo I, síndrome de Schwachman, síndrome de ataxia-telangiectasia e imunodeficiência hereditária, porém correspondem a apenas 5% dos casos”, frisa a Médica.
Outro fator que pode ter contribuído para o aumento de casos durante a pandemia é a queda da procura pelos serviços nesse período. A médica da Liga Mossoroense ressalta que o serviço não parou e os pais devem estar sempre atentos.
“Os serviços de oncologia do Brasil e mundo funcionam durante esta pandemia. Estamos recebendo pacientes com doença avançada e isto diminui a chance de cura”, destaca.
A IMPORTÂNCIA DO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA
Atualmente, existem dois tipos principais de transplante de medula óssea: o autólogo e o alogênico. O autólogo é aquele em que o próprio indivíduo é doador das células-tronco que são coletadas antes mesmo que ele seja submetido a sessões de quimioterapia, com o objetivo de destruir a medula doente e eliminar o câncer. Após essa fase, é feita a infusão das células-tronco que foram retiradas do paciente.
Já no tipo alogênico, as células-tronco são de um doador. Nesse caso, é sempre verificada a compatibilidade entre membros da família. Se não houver familiar compatível, é preciso buscar um doador nos bancos de medula óssea.
Para ser doador, basta ter entre 18 e 55 anos, apresentar boas condições de saúde, não ter apresentado ou estar em tratamento de câncer, com doenças no sangue, no sistema imunológico ou ainda doenças infecciosas.
Ao realizar o cadastro, o doador realiza a coleta de 5 ml de sangue para testes de compatibilidade e o resultado fica arquivado no cadastro de medula óssea. Se o doador for compatível com algum paciente da lista de espera, ele será convidado a fazer a doação.
Em Mossoró, mais informações sobre o cadastro para doação de medula óssea podem ser obtidas no Hemocentro, que fica localizado na rua projetada, s/n, bairro aeroporto (vizinho ao Hospital Regional Tarcísio Maia). Também é possível contactá-los pelo telefone: (84) 3315-3428.
FIQUE ATENTO A ALGUNS SINAIS E SINTOMAS
Palidez, fadiga e febre;
Adenomegalia generalizada (gânglios);
Infecções persistentes ou recorrentes;
Hematomas, petéquias e sangramentos inexplicados (manchas roxas);
Hepatoesplenomegalia (fígado e baço aumentado de volume).