A Rússia impôs novas condições para cessar a guerra na Ucrânia, sugerindo uma mudança da Constituição do país vizinho para resguardar neutralidade em relação à adesão em blocos, além do reconhecimento da Crimeia como território russo e das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk como territórios independentes, afirmou nesta segunda-feira (7) o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Uma nova rodada de negociação entre os países deve ocorrer por volta das 11h (horário de Brasília). A delegação russa já está em Brest, cidade de Belarus, enquanto membros da equipe ucraniana estão a caminho do local.
A abertura de corredores humanitários têm sido um pedido constante do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Os ucranianos, no entanto, alegam que os russos estão tentando manipular a saída dos refugiados para que o destino seja Belarus ou a própria Rússia.
Em comunicado no domingo (6), as forças russas citaram o líder francês Emmanuel Macron e informaram que não vão atirar em civis.
Segundo um funcionário da Defesa dos Estados Unidos, a Rússia já disparou mais de 600 mísseis desde o início da invasão e estão cercando grandes cidades ucranianas, como Kiev, Kharkiv e Chernihiv.
SITUAÇÃO DOS ATAQUES
Para obter vantagem no combate, a Rússia está mirando a infraestrutura de comunicação da Ucrânia, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido.
“A Rússia busca reduzir o acesso a informações confiáveis, e o acesso à internet provavelmente também será interrompido”, informou o órgão.
O enorme comboio russo ao norte de Kiev, que se estende por cerca de 40 quilômetros de estrada, permanece parado, mas não há atualização sobre a distância da capital.
Os cidadãos de Kiev, capital ucraniana, estão cada vez mais desesperados para deixar a cidade rumo ao leste, afirmou a correspondente da CNN Internacional Clarissa Ward, que acompanhou o embarque de pessoas nos trens que deixam o local.
“É uma cena que a gente já viu acontecer no país. Estávamos na estação há uma semana e há uma intensificação de urgência, porque estão vendo que as partes norte e oeste da cidade estão cada vez mais afetadas”, afirmou Ward.
“As pessoas estão com mais medo porque os russos estão se aproximando mais, chegando também pelo sul, o que significa que a cidade está cercada. Elas estão desesperadas para sair o quanto antes. É terrível ver o medo no olho das pessoas”, afirmou.
ZELENSKY PEDE POR MAIS SANÇÕES CONTRA RÚSSIA
O presidente Volodymyr Zelensky pediu nesta segunda-feira novas sanções internacionais contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, propondo um boicote ao petróleo e outras exportações russas e a suspensão das exportações para a Rússia.
As sanções ocidentais impostas pelo ataque militar da Rússia já isolaram o país em um grau nunca antes experimentado por uma economia tão grande.
“Se a invasão continuar e a Rússia não abandonar seus planos contra a Ucrânia, então é necessário um novo pacote de sanções pelo bem da paz”, disse ele em um discurso em vídeo, mencionando um boicote ao petróleo e derivados russos em particular.
“Boicote às importações para a Rússia — se eles não aderirem às regras civilizadas, então eles não devem receber bens e serviços da civilização. Deixe a guerra alimentá-los”, disse ele.
ATAQUE MATA PREFEITO DE CIDADE UCRANIANA PERTO DE KIEV
O prefeito de Gostomel, Yuriy Prylypko, foi morto em um ataque nesta segunda-feira em uma região ampla, próxima a Kiev, capital da Ucrânia. Gostomel fica a noroeste da capital ucraniana.
De acordo com a página da cidade no Facebook, o prefeito “entregava pão aos famintos e remédios aos doentes, confortando os desesperados”. Outras duas pessoas foram mortas no ataque.