A reunião entre os principais diplomatas das duas nações envolvidas na guerra não teve avanço na questão de um cessar-fogo de 24 horas para ajuda aos civis.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, encontrou o chanceler russo, Sergey Lavrov, no sul da Turquia nesta quinta-feira (10).
A guerra da Rússia contra a Ucrânia entrou na terceira semana. Os conflitos mais intensos seguem na cidade de Mariupol, onde os russos disseram que assumiram parte do controle. A saída de civis por corredores humanitários prossegue nesta quinta-feira (10), enquanto repercute um bombardeio a um hospital infantil e maternidade.
Sobre a reunião, Kuleba disse em entrevista coletiva que a situação mais difícil estava na cidade de Mariupol e que Lavrov não se comprometeu com um corredor humanitário no local.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou os ataques ao hospital em Mariupol. Os russos alegaram que as notícias sobre o bombardeio são falsas.
“É assim que nascem as notícias falsas”, disse no Twitter Dmitry Polyanskiy, primeiro representante permanente adjunto da Rússia nas Nações Unidas.
As batalhas em Mariupol prosseguem. O Ministério da Defesa da Rússia, através da agência russa Tass, disse que assumiu parte do controle da cidade e que 2911 instalações militares ucranianas já foram destruídas desde o início da guerra. As perdas russas, no entanto, podem ter passado de 6 mil soldados.
Também nesta quinta, a Ucrânia está abrindo sete “corredores humanitários” para que civis deixem cidades sitiadas por forças russas, informou a vice-primeira-ministra, Iryna Vereshchuk.
Os civis já começaram a deixar a cidade de Sumy, no nordeste do país, sob um cessar-fogo local, disse o governador regional. Na quarta, segundo Zelensky, quase 35 mil pessoas foram resgatadas” através dos corredores humanitários.
COMBOIO RUSSO AO REDOR DE KIEV TEM FEITO POUCOS PROGRESSOS
O Ministério da Defesa do Reino Unido disse nesta quinta-feira (10) que o comboio russo a noroeste de Kiev fez poucos progressos em mais de uma semana e está sofrendo perdas contínuas.
À medida que as baixas aumentam, o presidente russo, Vladimir Putin, será forçado a recorrer às forças armadas e outras fontes para substituir as perdas, completou o ministério britânico em uma declaração.
COMO PUTIN ‘DESTRUIU’ O RUBLO E LEVOU A RÚSSIA À BEIRA DA INADIMPLÊNCIA
A Rússia proibiu seus cidadãos de comprar dólares americanos, completando o isolamento de uma economia que já teve ambições de se juntar ao clube global das potências financeiras.
Tão recentemente quanto a crise financeira global de 2008, o presidente russo Vladimir Putin e seus tenentes promoveram o rublo como uma alternativa potencial ao dólar americano, argumentando que deveria ser parte integrante do sistema financeiro global. A Rússia se tornaria uma das cinco maiores economias do mundo, afirmaram.
A busca de Putin para dominar seus vizinhos, começando com seu ataque à Geórgia em 2008, e continuando com a anexação da Crimeia em 2014 e a invasão da Ucrânia no mês passado, destruiu o que restava dos sonhos econômicos do líder autoritário.
No início de 2008, um dólar americano compraria cerca de 25 rublos. A moeda russa se desvalorizou significativamente desde então, e as sanções ocidentais impostas em resposta à invasão da Ucrânia a levaram à queda livre.
IMAGENS DE SATÉLITE MOSTRAM CASAS, PRÉDIOS, MERCEARIAS E SHOPPINGS DESTRUÍDOS EM MARIUPOL
À medida que as nuvens densas que cobrem a cidade de Mariupol, ao sul da Ucrânia, se dissipam, a destruição da invasão russa na cidade começa a ser capturada em novas imagens de satélite da Maxar Technologies.
Nas imagens, que foram tiradas nesta quarta-feira (9) às 10h16, no horário local (5h16 no horário de Brasília), várias casas, prédios, mercearias e shopping centers foram danificados nos combates.
Em uma área residencial no centro de Mariupol, várias casas sofreram danos e pelo menos duas foram completamente destruídas.