Em debate na Câmara Municipal de Mossoró, sobre a estrutura do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), autoridades de saúde do Governo do Estado e da Prefeitura de Mossoró, reforçaram a tese de que a capital do oeste precisa de um hospital municipal.
A Audiência Pública para buscar, no debate, melhoras para o Hospital Regional Tarcísio Maia, que atende uma população de mais ou menos 1 milhão da região, foi uma requisição do vereador Raério Araújo. “Precisamos discutir com seriedade meios para melhorar”, diz.
Segundo o vereador, pacientes estão ficando até 14 dias dentro das UPAs de Mossoró aguardando uma vaga no Hospital Regional Tarcísio Maia para atendimento. Ele também reclama que quem está internado no HRTM sofre muito com a demora por atendimento.
É o caso do jovem Fransueldo, que sofreu acidente de moto perto da Praça de Convivência e ficou mais de 30 dias aguardando uma cirurgia na tíbia, não tem conseguido em Mossoró e foi transferido para Parnamirim, depois que a imprensa denunciou o caso.
Assim como Fransueldo, segundo o médico ortopedista João Firmino, existe muitos outros pacientes sofrendo dentro do Hospital Regional Tarcísio Maia. O Hospital Explicou que o hospital não fez a cirurgia de Fransueldo devido a um equipamento de imagem que estava quebrado.
A necessidade para se ter um Hospital Municipal para fazer o segundo tempo do tratamento do paciente que tem o quadro de saúde estabilizado no Hospital Regional Tarcísio Maia, como é o caso de Fransueldo, já vem sendo motivo de cobrança por parte da população, há vários anos e a proposta ganhou força no debate desta terça.
O primeiro a tocar no assunto foi o deputado estadual Bernardo Amorim, que é médico. Ele falou que outras cidades, inclusive menores, tem o hospital municipal, muito embora reconheça que o SUS paga muito abaixo do que se precisa para custear serviços de saúde.
A secretária de saúde Morgana Dantas disse que realmente Mossoró, diante a fartura que viveu por décadas, deveria ter um ótimo hospital municipal, entretanto, por negligência dos gestores nestas últimas duas décadas, Mossoró passa enormes dificuldades.
Morgana Dantas, no entanto, fala com preocupação com relação a novas estruturas de saúde. Ela destaca que o SUS paga muito pouco por serviços de saúde e termina sobrando para a arrecadação própria do município. É o caso de o Governo Federal melhorar os repasses.
O secretário estadual de Saúde, Cipriano Maia, diz que um hospital municipal em Mossoró serviria para atender o segundo tempo do HRTM e também para reforçar os serviços de atenção básica, ou seja, enviaria menos pacientes para o HRTM.
Cipriano Maia destaca que Natal Parnamirim e Caicó, entre tantas menores, tem hospital municipal. Quanto ao financiamento, o secretário reconhece que é preciso que a Bancada Federal em Brasília atue para aumentar os valores pagos pela tabela SUS.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Lawrence Amorim, destacou que é chegada hora de cobrar emendas de bancadas aos deputados e senadores para atender Mossoró. Esses recursos, segundo o vereador, poderiam ser usados para se construir um hospital municipal, por exemplo, atendendo assim uma demanda antiga da população do município.