O aumento de casos de Covid registrado nos últimos dias ocorre, principalmente, na população que mais tem alguma dose da vacina em atraso.
A afirmação é do professor Ricardo Valentim, do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais/UFRN) e foi dada em entrevista ao Bom Dia RN desta terça-feira (14).
Segundo o pesquisador, a maior incidência de caso atualmente é na faixa de idade entre 18 e 50 anos - a que mais possui doses atrasadas.
"A grande recomendação é tomar a vacina. Hoje esse aumento de casos é principalmente na população de 18 a 50 anos, a população que está com suas doses atrasadas", diz.
"A população precisa se imunizar, principalmente a população dessa faixa etária, considerada economicamente ativa", conclui.
Ricardo Valentim reforça que aproximadamente 700 mil pessoas estão com alguma dose do imunizante em atraso em todo o estado.
De acordo com o pesquisador, o RN deveria ter alcançado a marca de 70% de sua população com a 3ª dose da vacina (dose de reforço), o que não ocorreu.
"O Brasil vive uma estagnação em relação a imunização. Pelas projeções, o RN no mês de maio deveria ter alcançado a marca de 70% de sua população com a 3ª dose. Justamente por não ter alcançado essa marca, estamos vendo o aumento de casos", afirma.
Situação não é crítica
Apesar do aumento no número de casos diários, a situação ainda não é crítica. Segundo o professor, apesar do Rio Grande do Norte registrar um maior número de confirmações de Covid nos últimos dias, é um quantitativo bem inferior ao início do ano, com a variante Ômicron, e no ano passado, com a Delta.
"Para dizer que não é crítico, a gente observa pelo número de pacientes internados. Hoje temos 15. Quando a Ômicron chegou, tivemos 120 pacientes internados e antes, com a Gama, tivemos mais de 400 pacientes. Estamos muito longe do cenário visto em janeiro e mais longe ainda do que vimos na Gama [no início de 2021]", explica Valentim.
O laboratório, que monitora os números da Covid-19 desde o início da pandemia, projeta redução do número de casos em até 30 dias.
"A nossa previsão é que daqui a 20, ou no máximo 30 dias, é que haja uma redução do número de casos, o que deverá reduzir ainda mais a questão de pacientes internados", reforçou.