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MUNDO
02/09/2022 17:04
Atualizado
02/09/2022 17:04

Manifestações tomam conta da Argentina após brasileiro tentar matar Cristina Kirchner

Nesta quinta-feira (1º) o agressor apontou a arma - as autoridades disseram que a pistola estava carregada - para a vice-presidente do lado de fora da casa dela em Buenos Aires, à queima-roupa, mas a arma não disparou, devido a um defeito mecânico. Nesta sexta-feira (2), o principal ato de apoio a Cristina acontece na Praça de Maio, um ponto tradicional de comícios e outros atos políticos na frente da Casa Rosada, a sede do governo. Milhares de pessoas foram ao local. O brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, foi preso pela polícia argentina.
FOTO: RODRIGO ABD/AP

Um novo clima de inquietação tomou conta da Argentina nesta sexta-feira (2), após o atentado com arma contra sua vice-presidente, Cristina Kirchner, que saiu ilesa devido a um defeito mecânico da pistola. Há manifestações políticas em Buenos Aires para demonstrar apoio a Cristina.

O agressor apontou a arma --as autoridades disseram que a pistola estava carregada-- para Cristina do lado de fora da casa dela em Buenos Aires, à queima-roupa, mas a arma não disparou.

Nesta sexta-feira, o principal ato acontece na Praça de Maio, um ponto tradicional de comícios e outros atos políticos na frente da Casa Rosada, a sede do governo. Milhares de pessoas foram ao local.

Alberto Fernández, o presidente, decretou feriado nesta sexta-feira justamente para que as pessoas pudessem participar de manifestações.

Segundo o jornal "La Nación", Fernández convocou representantes sindicais, empresários, membros de organizações de direitos humanos e representantes de religiões para participar do ato na frente da Casa Rosada e fazer um discurso contra a violência.

Deve haver apenas um pronunciamento: a atriz Alejandra Darín, presidente da Associação Argentina de Atores, vai ler uma carta. Ela é irmã do ator Ricardo Darín.

Alberto Fernández visitou Cristina na casa da vice-presidente. Segundo o jornal "Clarín", ele ficou lá por 45 minutos e saiu sozinho.

'SOCIEDADE PERDEU A CALMA'

Oscar Delupi, de 64 anos, funcionário ferroviário da capital, culpou as divisões políticas pelo desencadeamento da violência.

"A sociedade já perdeu um pouco a calma, a mensagem de ódio que a oposição emite está se tornando cada vez mais feroz", disse ele.

"Felizmente a bala não saiu porque as consequências poderiam ter sido muito piores", disse Florencia Suera, uma trabalhadora de 22 anos de Buenos Aires.

POLÍTICOS TAMBÉM REAGEM

Políticos de todos os segmentos ideológicos da Argentina condenaram o ataque, que aconteceu em meio a tensões políticas agudas (o país passa por uma crise econômica impulsionada por dívidas e inflação descontroladas).

Horacio Rodríguez Larreta, um político de oposição ao kirchnerismo e prefeito da cidade de Buenos Aires, chamou de "um ponto de virada na (nossa) história democrática". É um comentário semelhante ao do presidente Alberto Fernández em um discurso noturno.

No entanto, alguns políticos reagiram com críticas à forma como o governo reagiu. Patricia Bullrich, do PRO, disse que o presidente está brincando com o fogo.

"Em vez de investigar seriamente um fato grave, acusa a oposição e a imprensa e decreta um feriado para mobilizar os militantes. (Ele) converte um ato de violência individual em uma jogada política. Lamentável".

Miguel Angel Pichetto, do Encontro Republicano, também criticou Alberto Fernández: "O presidente não entende nada. A oposição repudiou o ato e se solidarizou com a vice-presidente. O presidente, da parte dele, culpa a oposição, a Justiça e os veículos de imprensa. Depois, decreta um feriado nacional. Para quê? É tudo patético", disse ele.


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