O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) ofereceu denúncia contra um policial militar da ativa, dois ex-policiais militares e um quarto indivíduo por três homicídios consumados e três tentados, cometidos em Natal.
Entre os denunciados preso na Operação Aqueronte, estão o PM reformado Wendel Fagner Cortez, conhecido por Lagastixa, candidato a deputado estadual pelo PL, partido do presidente Bolsonaro, e sargento Francisco Rogério da Cruz.
Também foram denunciados pelos mesmos crimes o ex-militar João Maia da Costa Peixoto, o João Grandão. O delegado Márcio Lemos, da Delegacia de Homicídios de Natal, Wendel Lagastixa e Francisco Rogério participaram diretamente do triplo homicídio e também nas três tentativas. Para o delegado, existe indícios no que foi apurado até agora de que se trata de um grupo de extermínio.
Yago Lucena Ferreira, Rommenigge Camilo dos Santos e Felipe Antoniere Araújo foram mortos a tiros no dia 29 de abril deste ano, dentro de um bar no bairro da Redinha, na zona Norte da capital potiguar.
Além de matarem os três homens, o grupo de extermínio ainda tentou assassinar mais três outros homens que estavam no local.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, o ajudante de cozinha Yago Lucena Ferreira e o ajudante de pedreiro Felipe Antoniere Araújo foram mortos por motivo torpe por “queima de arquivo”, simplesmente porque testemunharam a morte de Rommenigge Camilo dos Santos, alvo principal do grupo criminoso.
Os crimes foram cometidos por volta das 14h do dia 29 de abril passado, na rua Rio Salgado. Além dos quatro denunciados, constatou-se a participação de um quinto criminoso, que ainda não foi identificado.
Toda a ação criminosa do grupo durou apenas cerca de 27 segundos, segundo registrado pelas câmeras de segurança do bar onde os assassinatos foram cometidos. Os assassinos ainda trocaram de roupas e de carros logo após as mortes com o objetivo de dificultar as investigações.
Hecatombe
Wendel Lagartixa já havia sido preso antes, pela Polícia Federal. Foi no ano de 2013, por participação num grupo de extermínio. O processo correu com o acusado preso. Porém, por ter extrapolado o prazo e o processo não ter sido julgado, Wendel Lagartixa foi posto em liberdade. Ainda nesta mesma operação da PF, estava João Maria da Costa Peixoto, o João Grandão, e outros 12 PMs. Este grupo, segundo a Polícia Federal, em entrevista na época, eram suspeitos de executar 26 pessoas na região da Grande Natal.