24 NOV 2024 | ATUALIZADO 10:26
SAÚDE
Cézar Alves, com informações do Jornal Estadão
16/09/2022 07:30
Atualizado
16/09/2022 11:36

Cortes nos recursos do Farmácia Popular sacrificam os serviços do SUS

Os cortes no Programa Farmácia Popular, que começou em 2004 e atende 20 milhões de brasileiros de famílias humildes com medicamentos de graça e com desconto de até 90%, nos últimos cinco anos caiu de 3,047 bilhões em 2018 para 1,018 em 2033, que vai levar aos hospitais do SUS para se tratar as pessoas que fazem tratamento continuado de Diabetes, por exemplo.
Os cortes no Programa Farmácia Popular, que começou em 2004 e atende 20 milhões de brasileiros de famílias humildes com medicamentos de graça e com desconto de até 90%, nos últimos cinco anos caiu de 3,047 bilhões em 2018 para 1,018 em 2033, que vai levar aos hospitais do SUS para se tratar as pessoas que fazem tratamento continuado de Diabetes, por exemplo.
Arte: Jornal Estadão

Em 2018 o país destinou 3,047 bilhões. Para 2023, o Governo quer repassar apenas 1,018 bilhão, remanejando os recursos para o orçamento secreto. A reportagem é do Jornal Estadão.

Em reportagem anterior, o jornal mostrou que o corte ocorrido no orçamento de 2023 em relação ao orçamento de 2022, foi de 59%, afetando principalmente a população mais pobre.

Para se ter uma ideia, pelo menos 20 milhões de brasileiros fazem uso contínuo dos medicamentos da Farmácia Popular, como asma, diabetes, hipertensão e outros nove.

Veja aqui reportagem completa do Jornal Estadão sobre os cortes no Programa Farmácia Popular.

Existe duas modalidades do Farmácia Popular: o medicamento que é distribuído totalmente de graça, que o governo reduziu de 2 bilhões para 841 milhões, e tem a modalidade que o cidadão paga até 90% do medicamento, neste caso o Governo Bolsonaro vai repassar só 176,7 milhões em 2033 dos 444,9 milhões que foram enviados no orçamento de 2022.

Para os especialistas no Serviço Sus no Brasil, o que o Governo Federal está fazendo é sufocando o Serviço SUS prestado no País. Uma vez que não permite que o cidadão de baixa renda tenha acesso a medicamentos para se tratar de Diabetes e Hipertensão, por exemplo, este fatalmente vai terminar tendo que se internar nos leitos SUS para se tratar.

Isto já é constatado tecnicamente pela Fundação Getúlio Vargas. Segundo o professor Rudi Rocha, somente o caso da diabetes, o tratamento contínuo em casa evitou internação em 14% dos casos e uma economia no serviço SUS de 13% no País.

Com o corte no orçamento para este serviço fundamental a vida, sobra para os Estados e Municípios pagarem a conta. E, no caso, os Estados e Municípios também foram alvos do Governo Bolsonaro em seus recursos próprios, quando cortou o ICMS, deixando um prejuízo calculado na casa de R$ 115 bilhões. Estes recursos eram parte da saúde.

 Antes, o Governo Federal já havia acabado com o DPVAT, que injetava quase R$ 40 bilhões no SUS. Estes recursos eram para custear o tratamento de uma média de 300 mil brasileiros que sofrem acidentes e precisam dos serviços SUS para se tratar nos hospitais.

Para os hospitais filantrópicos, municipais e estaduais, a questão é ainda mais grave. Isto porque o valor repassado pelo SUS não é reajustado há 20 anos.

Somado agora com a questão do piso nacional da enfermagem, que foi aprovado e sancionado sem uma fonte pagadora, respectivamente pelo Congresso Brasileiro e o Governo Federal, aumentando a folha (dados de Mossoró) em até 3 vezes, resta muito pouco para o SUS continuar funcionando a serviço dos Brasileiros. O Governo, se já não matou, está quase matando o SUS.


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