20 SET 2024 | ATUALIZADO 10:27
MOSSORÓ
Por: Ismael Sousa
22/11/2015 01:17
Atualizado
13/12/2018 13:24

Adjan Freitas, o mossoroense na aviação comercial; conheça a história

Conheça a história de Adjan Freitas, o mossoroense de origem humilde que, motivado pela paixão de voar, conseguiu conquistar os céus e hoje atua em uma grande empresa aérea do país.
Cedida: Arquivo Pessoal

Ser piloto de avião sempre exerceu grande fascínio sobre a maioria dos jovens. Embora voar seja hoje uma coisa absolutamente rotineira, a profissão de piloto comercial não é uma profissão comum. Mas para um mossoroense, o sonho de sua adolescência se tornou realidade.

A equipe do portal MOSSORÓ HOJE procurou saber mais sobre a vida profissional desse piloto de 40 anos, e sua trajetória na área da aviação comercial, desde a origem humilde, o aprendizado em ultraleves, a atuação como piloto empresarial e de malotes bancários, até chegar aos jatos de médio porte.

Conheça a história de Adjan Freitas, de origem humilde que, motivado pela paixão de voar, conseguiu conquistar os céus e hoje atua em uma grande empresa aérea do país.

ONDE TUDO COMEÇOU

Adjan sempre manteve o sonho de querer ser um piloto de avião. Conta ele que um dos seus passatempos favoritos, quando adolescente, era acompanhar os pousos e decolagens das aeronaves no Aeroporto Dix-sept Rosado.

A oportunidade de pilotar uma aeronave veio aos 15 anos de idade, quando estourou a onda da aviação de baixo custo em Mossoró. Foi através do incentivo de seu pai, que Adjan conseguiu as primeiras noções de pilotagem.

“Eu frequentava o aeroporto para ver as aeronaves, o movimento dos pilotos, e também atrás de saber como funcionava tudo isso. Mas no colégio eu estava com notas baixas, e iria ficar em recuperação. Daí meu pai falou que se eu passasse por média, ele falaria com um amigo que tinha um ultraleve para me ensinar a voar”, relembra Adjan.

O piloto conta que se esforçou na escola para recuperar as notas, passou por média, e conseguiu realizar o seu principal sonho na vida: o de poder voar. No final dos anos 80 e início dos anos 90, Adjan teve suas primeiras aulas em um ultraleve, que pertencia ao empresário José Alves, ligado ao ramo de sal. "Ele me ensinou a voar, e vez por outra me convidava para passear com seu ultraleve. Foi a partir daí que comecei a concretizar o meu sonho", contou ele.

Nos anos seguintes, Adjan insistiu em querer seguir a carreira na aviação. Mas esbarrou na dificuldade financeira, por conta dos altos investimentos para a realização dos cursos. "Na época não tinha bolsa, e era complicado fazer os cursos por ser muito caros. Então eu tive a sorte de conhecer um empresário em Mossoró, o José Dantas Diniz, que todos conhecem como "Galego dos Temperos", proprietário do Tempero Regina. Ele me ajudou bastante na minha carreira como aviador. Eu diria que ele foi um dos personagens principais que me ajudaram a concluir os cursos de piloto".

Na época, Adjan foi apresentado ao empresário Patrício Português, dono do clube Alibe de Tibau, e que também praticava voos de ultraleve. Ele, juntamente com José Dantas, apoiou Adjan no início de sua carreira como piloto. “Eles praticamente pagaram meus cursos, pois na época a minha família não tinha condições de bancar. Foi por conta deles que consegui concluir as minhas horas de voos”.

PRIMEIRO EMPREGO

Após concluir os cursos de piloto privado, piloto comercial e demais cursos que habilita o aluno a conduzir aeronaves com mais de um motor, chegou a hora de atuar como piloto profissional. “Meu primeiro emprego foi com o empresário Assis da Usibras. Foi ele que me deu a oportunidade de iniciar minha carreira. Além disso, eu também atuava como “freelance”, pilotando para o grupo empresarial que administrava a Indufal, antiga empresa de soro da cidade”, disse.

Em seu histórico na aviação, Adjan trabalhou em empresas de taxi aéreo de Fortaleza, enviando malotes bancários para o interior do Estado do Ceará em cidades como Juazeiro do Norte, Sobral e Parnaíba.

A paixão pela a aviação aumentava ainda mais. Entre uma pausa e outra em Mossoró, decidiu abrir uma escola de aviação para ensinar outras pessoas a pilotar ultraleve. “Foi a primeira escola do Nordeste de ultraleve chamada de Escola de Pilotos de Ultraleve do RN. Inclusive, alguns empresários de Mossoró foram meus alunos”, relembra Freitas.


Registro feito por Adjan Freitas da cidade de Mossoró (Cedida)

AVIAÇÃO COMERCIAL

A era da aviação de jatos comerciais começou em 2008, após uma seleção em uma grande companhia aérea do país. Ele conta que mesmo trabalhando para a aviação particular, conseguiu passar nas fases, até ser chamado para atuar nessa empresa. “Foi nela que tive a oportunidade de aprender bastante, pois foi onde consegui fazer vários cursos para voar em aeronaves com tecnologia ponta”, lembrou Adjan.

“Aviação não é para quem pode,

mas para quem quer”

Para os amantes da aviação, e os que desejam ingressar nesse ramo, Adjan revelou ao portal MOSSORÓ HOJE, quais as principais dicas para quem quer se tornar piloto, tanto para a aviação comercial ou militar. Uma delas, conta ele, é que se você deseja realmente atuar como piloto, não basta ter dinheiro, tem que ter disposição.

“Muito se falam que isso não é para quem quer, e sim para quem pode. Mas na aviação eu falo o contrário. E sempre digo que voar não é para quem pode, mas sim para quem quer. Nessa área, a pessoa pode até ter poder financeiro para fazer os cursos, mas se realmente não tiver interesse, ele não chega ao final”.

Ele lembra das dificuldades na carreira, mas ressalta que a paixão é o fator motivacional para quem deseja ingressar nessa profissão. "A aviação é uma área muito competitiva, e assim como qualquer outra profissão tem seus altos e baixos. Mas para quem deseja seguir carreira nesse setor, basta apenas querer", finaliza o piloto.

Entre um voo e outro, quando tem a oportunidade de sobrevoar Mossoró, a cidade que deu oportunidade de trilhar sua carreira como piloto, ele faz questão de fotografar e registrar esses momentos em sua conta pessoal no Instagram: @adjanfreitas.


Litoral da Costa Branca, destaque para as salinas e poços e petroleo (Cedida)

Esses registros, que se espalham pelas redes sociais, ilustram o mais importante dos sentimentos de um homem, que mesmo na dificuldade conseguiu vencer na vida: a gratidão.

Atualmente, Adjan Freitas atua como co-piloto de aeronaves Airbus modelos A-319 e 320, que têm a capacidade de transportar entre 132 a 220 passageiros, dependo da configuração.

Notas

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