O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, o Conic, afirmou, em nota, ver com muita preocupação a aceitação do pedido de impeachment "com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da República".
O Conic reúne as principais lideranças das igrejas católica, anglicana, luterana, presbiteriana e ortodoxa.
"O momento pelo qual passamos pede serenidade e profunda reflexão. Vivemos um tempo difícil na economia e na política. Temos razões para afirmar e conclamar que os e as parlamentares se dediquem para a defesa dos interesses das pessoas", diz a nota.
Em outro trecho da nota, o Conic questiona: "Perguntamos quais seriam as consequências para a democracia brasileira diante de um processo de deposição de um governo eleito democraticamente em um processo sem a devida fundamentação. Um impeachment sem legitimidade nos conduzuria para situações caóticas".
CNBB
Na semana passada, a Comissão Brasileira Justiça e Paz da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, divulgou nota para manifestar "imensa apreensão" com a abertura do processo de impeachment.
A CNBB diz que a ordem constitucional democrática brasileira não se deixa abalar por "aventuras políticas" e que Eduardo Cunha "apropria-se da prerrogativa legal de modo inadequado".
"Indaga-se: que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? Além do mais, o impedimento de um presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas", afirma a nota.
A CNBB diz ainda que "A ação carece de subsídios que regulem a matéria, conduzindo a sociedade ao entendimento de que há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para para interesses contrários ao bem comum".
"O país vive momentos difíceis na economia, na política e na ética, cabendo a cada um dos poderes da República o cumprimento dos preceitos republicanos", conclue a nota da CNBB.