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16/06/2023 09:36
Atualizado
16/06/2023 09:38

Veja divulga mensagens encontradas pela PF no celular de Mauro Cid sobre plano para golpe

No material obtido, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi cobrado por membros das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a seguir com um golpe de Estado, após a vitória de Lula nas eleições do ano passado. Cid está preso desde o mês passado e se negou a falar quando depôs à Polícia Federal. A maioria das mensagens reveladas foi escrita pelo coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, ao longo de dezembro do ano passado.
Veja divulga mensagens encontradas pela PF no celular de Mauro Cid que mostram passo a passo do golpe. No material obtido, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi cobrado por membros das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a seguir com um golpe de Estado, após a vitória de Lula nas eleições do ano passado. Cid está preso desde o mês passado e se negou a falar quando depôs à Polícia Federal. A maioria das mensagens reveladas foi escrita pelo coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, ao longo de dezembro do ano passado.
FOTO: REPRODUÇÃO

Mensagens encontradas pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, demonstram que um golpe de Estado foi encorajado e que houve a elaboração de um roteiro para a ação. As informações são da revista Veja.

O QUE ACONTECEU:

No material obtido, Cid foi cobrado por membros das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a seguir com um golpe de Estado, após a vitória de Lula nas eleições do ano passado. Cid está preso desde o mês passado e se negou a falar quando depôs à Polícia Federal.

A maioria das mensagens reveladas foi escrita pelo coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, ao longo de dezembro do ano passado.

Algumas vieram de um grupo de militares da ativa em aplicativo de mensagens e outras foram trocadas entre Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel, e Ticiana Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas.

As respostas de Cid foram vagas, com um "infelizmente" quando Lawand reconheceu que um golpe não aconteceria e "muita coisa acontecendo" ao ser estimulado a mobilizar Bolsonaro para cometer o ato antidemocrático.

Também foi encontrado um roteiro para a implementação do golpe de Estado.

OBJETIVO DE GRUPO BOLSONARISTA ERA PROMOVER NOVAS ELEIÇÕES

O roteiro passado para Cid tinha tem três páginas e foi batizado de "Forças Armadas como poder moderador".

O golpe resultaria, na fase final, em novas eleições e seria aplicado com base em uma tese de que, quando há conflito entre os Poderes, as Forças Armadas poderiam ser chamadas para intervir.

O primeiro passo seria nomear um interventor "que coordenará as medidas de restabelecimento da ordem constitucional" e um prazo para estabelecer esse cenário. Com isso, Forças Armadas e instituições de segurança, como Polícia Federal, ficariam sob comando do interventor.

Depois, entraria na mira o Judiciário, para decidir quais atos deveriam ser suspensos e até o "afastamento preventivo daqueles que praticaram atos em violação direta da Constituição Federal". Os afastados seriam investigados, podendo ir a julgamento no Senado.

Novas vagas seriam criadas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), alvo frequente de bolsonaristas nas últimas eleições. Para a substituição, eram cotados os ministros indicados por Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça, além de Dias Toffoli.

Novas eleições, então, poderiam ser convocadas após o reconhecimento do desacordo do TSE com a Constituição.

MENSAGENS MOSTRAM QUE ENTUSIASTAS ESPERAVAM POR AÇÃO DE BOLSONARO

“Convença o 01 a salvar esse país!", Jean Lawand Junior, em referência a Bolsonaro.

“Cid, pelo amor de Deus, o homem [Bolsonaro] tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, da divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem", Jean Lawand Junior.

“Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara", Jean Lawand Junior.

“De moto [sic] próprio o EB nada vai fazer porque será visto como golpe. Então, está nas mãos do PR [presidente]". Mensagem encaminhada por Lawand, supostamente escrita por um amigo do Exército.

“Estamos diante de um momento tenso onde temos que pressionar o Congresso", Gabriela Cid.

“Ou isso ou a queda do [ministro Alexandre de] Moraes", Ticiana Villas Bôas em resposta a Gabriela Cid.

“Vai ter careca [Moraes] sendo arrastado por blindado em Brasília?", Grupo de militares

“Estejamos prontos? A ruptura institucional já ocorreu", Grupo de militares.


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