O mês de Julho de 2023 deverá entrar para a história com o mês mais quente desde 2016. Dados divulgados pela ONU e pela Europa apontam que o período caminha para ser o mês mais quente já registrado. Os dados são do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da UE, e da Organização Meteorológica Mundial.
O mês anterior já havia sido o junho mais quente jamais registrado, levando o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a proliferar alertas e apontar que o mundo estava caminhando "ao desastre, com os olhos bem abertos".
Agora, a taxa de calor é ainda maior. O que já se sabe é que as três primeiras semanas de julho já são os dias mais quentes identificados pelos cientistas e, segundo eles, tudo indica que a última semana de julho não mudará essa trajetória. Se confirmado, o mês será o que registrou as temperaturas mais elevadas.
"A mudança climática está aqui. É aterrorizante. E é apenas o começo", Antonio Guterres, secretário-geral da ONU
Nas últimas semanas, ondas de calor assolaram a América do Norte, Europa e Ásia, acompanhadas por incêndios na Grécia e Canadá e impactos econômicos e de saúde.
Em 6 de julho, a média diária da temperatura média global do ar na superfície ficou em 17,08ºC e ultrapassou o recorde estabelecido em agosto de 2016 — tornando-se o dia mais quente já registrado. O que mais assustou os cientistas é de que os dias 5 e 7 de julho vieram logo atrás no ranking.
De acordo com os cientistas, a temperatura média global da superfície do mar tem estado bem acima dos valores observados anteriormente para essa época do ano, contribuindo para o julho excepcionalmente quente.
É extremamente provável que julho de 2023 seja o julho mais quente e também o mês mais quente já registrado, depois do junho mais quente já registrado.
Comunicado divulgado pela ONU e pela UE em Genebra
Para os observadores, porém, o que se registra pode ser apenas o início da constatação de que as mudanças climáticas estão ocorrendo em um ritmo mais rápido e mais intenso do que se previa no início do século 21.
Para Antonio Guterres, se nada mudar e se governos não adotarem medidas radicais para conter as mudanças climáticas, o mundo verá uma média de temperatura 2,8ºC acima da era pré-industrial — quase duas vezes a meta da ONU.