06 NOV 2024 | ATUALIZADO 17:35
NACIONAL
04/02/2024 19:55
Atualizado
04/02/2024 20:21

Acordo Mercosul/União Europeia é uma ameaça a indústria brasileira e a agricultura familiar

Afirmação é do líder do MST, economista e ativista social João Pedro Stédile, em entrevista exclusiva ao MOSSORO HOJE, sexta-feira, dia 2, em Apodi-RN. Segundo o líder do MST, “nós temos que ter soberania sobre nossos interesses: a quem interessa o acordo do Mercosul/União Europeia? A indústria Européia, que quer nos entupi com os bagulhos deles, e o agronegócio brasileiro, que tem a ilusão que vai vender mais soja para eles, que é uma ilusão porque o mercado Europeu de commodities já está tomado. E quem vai perder?”, pergunta João Pedro Stédile, respondendo em seguida: “A indústria nacional, que pode ir a falência. Quem mais vai perder? A agricultura familiar. Porque vai vir leite subsidiado, vai vir vinho subsidiado, vai vim queijo subsidiado. A agricultura da Europa acabaria com a agricultura familiar brasileira”, diz João Pedro Stédile.
Afirmação é do líder do MST, economista e ativista social João Pedro Stédile, em entrevista exclusiva ao MOSSORO HOJE, sexta-feira, dia 2, em Apodi-RN. Segundo o líder do MST, “nós temos que ter soberania sobre nossos interesses: a quem interessa o acordo do Mercosul/União Europeia? A indústria Européia, que quer nos entupi com os bagulhos deles, e o agronegócio brasileiro, que tem a ilusão que vai vender mais soja para eles, que é uma ilusão porque o mercado Europeu de commodities já está tomado. E quem vai perder?”, pergunta João Pedro Stédile, respondendo em seguida: “A indústria nacional, que pode ir a falência. Quem mais vai perder? A agricultura familiar. Porque vai vir leite subsidiado, vai vir vinho subsidiado, vai vim queijo subsidiado. A agricultura da Europa acabaria com a agricultura familiar brasileira”, diz João Pedro Stédile.
Foto: Pedro Cezar

Um dos principais líderes do Movimento Sem Terra (MST) no Brasil, João Pedro Stédile, disse em entrevista exclusiva ao MOSSORÓ HOJE, sexta-feira, 2, em Apodi-RN, que o Governo Lula tem que acabar com acordo do Mercosul/União Europeia.

Explicou que estes acordos são “heranças malditas”, que vem de antes do primeiro governo de Lula, do tempo de Fernando Henrique Cardoso, e que ele sempre esteve contra estes acordos, porque prejudica a indústria nacional e principalmente o pequeno produtor rural brasileiro.

Seguindo esta linha de raciocínio, o setor salineiro do Rio Grande do Norte, por exemplo, é um dos afetados pelo acordo do Mercosul, através do qual o sal-gema chileno, em função de questões logísticas, chega ao parque indústria brasileira concentrado no Centro-Oeste do Brasil, mais barato do que o sal marinho do Rio Grande do Norte. 

Segundo ele, na época de FHC, havia “aquelas ideias” de liberar fronteiras para o capital atuar em todos os países sem pagar impostos, sem nenhum ter controle. “Desde aquela época nós somos contra, pois nós temos que preservar os interesses do Brasil”, diz João Pedro Stédile.

Segundo o líder do MST, “nós temos que ter soberania sobre nossos interesses: a quem interessa o acordo do Mercosul/União Europeia? A indústria Européia, que quer nos entupi com os bagulhos deles, e o agronegócio brasileiro, que tem a ilusão que vai vender mais soja para eles, que é uma ilusão porque o mercado europeu de commodities já está tomado. E quem vai perder?”, pergunta João Pedro Stédile, respondendo em seguida: “A indústria nacional, que pode ir à falência. Quem mais vai perder? A agricultura familiar. Porque vai vir leite subsidiado, vai vir vinho subsidiado, vai vir queijo subsidiado. A agricultura da Europa acabaria com a agricultura familiar brasileira”, diz João Pedro Stédile.


Ainda conforme o líder do MST, “felizmente, a própria Europa está fazendo grandes mobilizações contra estes acordos. A ficha deles já caiu. Macron já disse que não quer, por causa dos votos dele, o alemão não quer, por causa dos votos deles, o polonês não quer por causa dos votos deles. Aqui no Brasil, os metalúrgicos não querem, os movimentos do campo não querem”, diz.

Aqui no Brasil, “os únicos que querem é um grupo de diplomatas do Itamarati colonizados, que querem puxar o saco dos europeus. E nós já dizemos para o Lula. Nós somos contra e para com esta porcaria, que é uma falácia, que só engana o povo brasileiro”.

João Pedro Stedile disse que vai tornar o povo brasileiro, mais uma vez, explorado pelo europeu. “Porque nós não vamos comprar comida nossa, coisa nossa, sapato nosso, indústria nossa, e vamos depender dos europeus?”

“Nós já enfrentamos os americanos”. Os americanos queriam o plano da Alca, que era a mesma coisa. Libera tudo para os americanos. Nós enfrentamos na época, e, na época, graças a Deus Hugo Chaves nos ajudou, articulou a América Latina, que se insurgiu contra a ideia dos americanos. Agora ficou só o Mercosul, então os argentinos estão naquela porcaria, os uruguais não pesam, Paraguai não pesa, então quem vai decidir é o Brasil, e o Brasil tem que dizer não ao Acordo Mercosul e União Europeia.

Sobre o entrevistado

João Pedro Stedile é um economista e ativista social brasileiro. É graduado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e pós-graduado pela Universidade Nacional Autônoma do México. Atua na causa da Reforma Agrária, Agroecologia e das causas populares. É irmão do político José Luiz Stédile. Auxiliou a mobilização de trabalhadores sem terra na luta pela Reforma Agrária. Em 1984, participou da fundação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) onde atua até hoje (Wikipédia).


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