A Força Tarefa do Ministério da Justiça perdeu os rastos dos fugitivos Deibson Cabral Nascimento, o Tatu, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, o Martelo, de 35 anos, na região entre a cidade de Baraúna-RN e a Reserva Nacional da Furna Feia. Neste domingo, 10, numa tentativa de encontrar novos rastro, como ocorreu semana passada, os policiais concentraram esforços revistando todas as 126 residências da localidade de Vila Nova 1.
Esta comunidade foi criada há cerca de 20 anos exatamente ao lado de onde haviam a sede da extinta Fazenda Maísa nas décadas de setenta e oitenta. Nos arredores, existem enormes fazendas de produção de frutas irrigadas e também produção de legumes em regime de sequeiro. Fica ao lado da Reserva Nacional da Furna Feia, uma enorme área, que entre outras características, tem milhares de cavernas.
Dentro da Reserva Nacional da Furna Feia, que está com as visitas suspensas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), existe uma pista de pouso de 1.600 metros, em perfeito estado de conservação.
Há cinco dias, os dois fugitivos teriam invadido o galpão de uma fazenda na região conhecida por como Toca da Raposa. No local, agrediram um agricultor. A vítima contou a imprensa que os fugitivos queriam celular, dinheiro e comida. Depois fugiram na direção do mato. A Força Tarefa, que segundo o Ministério da Justiça é composta por mais de 500 policiais, iniciaram as buscas usando cães farejadores. Fecharam as saídas.
Também acionaram drones e helicópteros, no entanto, os cães não conseguiram ir longe no faro dos fugitivos, devido às chuvas, e nem os drones e helicópteros conseguiram localizar pelo ar. Nas estradas de acesso às plantações e também algumas de acesso às trilhas da região da Reserva da Furna Feia, passaram a ser vigiados dia e noite, mas mesmo assim, não encontraram os fugitivos.
No caso, as chuvas fortes registrada semana passada, teriam inviabilizado a caçada dos policiais da Força Tarefa usando cães. Eles perderam o faro devido à chuva. Pelo ar, a vegetação fecha, intensa, tira a visão de quem estava patrulhando no helicóptero e o drone que localiza pelo calor do corpo dos fugitivos, teria tido uma pane. Os moradores da comunidade de Vila Nova disseram que é muito difícil localizar uma pessoa dentro da reserva ou até mesmo nas fazendas, devido ao tamanho da área.
Neste final de semana, os três helicópteros e dezenas de viaturas decidiram por revistar as casas da comunidade de Vila Nova. O trabalho, no entanto, não surtiu efeito. Os moradores até se prontificaram para levar os policiais até construções antigas que tem no local, que supostamente poderiam serem usadas como refúgio pelos fugitivos, mas também não teve resultados.
Os policiais continuam na região, conversando com os moradores, distribuindo fotos dos fugitivos, ofertando recompensa de R$ 30 mil reais por informações que ajude a Força Tarefa a localizar os fugitivos e prendê-los. Eles distribuíram fotografias computadorizadas com a possível aparência dos dois fugitivos, com os números 181 e 84 9 8132 6057 para receberem informações.
A fuga de Tatu e Martelo aconteceu na madrugada do dia 14 de fevereiro de 2024. Os presos teriam arrancado uma barra de ferro de dentro do concreto de uma mesa de alvenaria, aberto um buraco na parede, no lugar de uma lâmpada, pulado por cima da cela para o pátio, onde encontraram alicate, que usaram para cortar a muralha de arame farpado e fugirem a pé e desorientados na direção da Serra Mossoró, onde ficaram perambulando por pelo menos 3 dias. Depois fugiram pra região de Baraúna e retornaram na região da Furna Feia. Ao menos, seis pessoas estão presas e duas sendo procuradas por dar apoio aos dois fugitivos, que juntos, são condenados a mais de 150 anos de prisão no Estado do Acre-AC.