A Secretaria Nacional de Polícias Penais, do Ministério da Justiça, confirma que mudou a estratégia de buscas aos fugitivos Deibson Cabral Nascimento, o Tatu, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, o Martelo ou Querubim, de 35 anos.
Nesta mudança de estratégia de buscas, o secretário André Garcia, da Secretaria Nacional de Polícias Penais, amplia as responsabilidades das forças de segurança do Rio Grande do Norte. Retirou a Força Nacional e concentrou os esforços no serviço de inteligência da PF e da Polícia Penal Federal.
Neste dia 29, foram embora 18 viaturas e cerca de 100 policiais da Força Nacional, que haviam sido enviados a Mossoró, inicialmente, com a missão de ficar por 60 dias, auxiliando nas buscas aos dois fugitivos. Ficaram 36 dias. Seguiram para missões nos estados do PR e RJ.
Tatu e Martelo fugiram do regime de isolamento da Penitenciária Federal de Mossoró na madrugada do dia 14 de fevereiro de 2024, fazendo o Ministério da Justiça iniciar a maior caçada humana do País, que até o momento está se configurando um grande fracasso.
Num primeiro momento, mais de 300 homens, segundo relatou o Ministério da Justiça, tentaram capturar os dois fugitivos na região da Serra Mossoró. Nesta região, os dois fugitivos teriam entrado numa casa no Rancho da Caça e em outra em Riacho Grande.
Nesta segunda invasão, fizeram um casal refém, fugiram levando comida, celulares e, o principal, informações sobre a região. Passaram 7 dias sem que a Força Tarefa conseguisse qualquer informação sobre os dois, até que foi descoberto o esconderijo de três Varedas, em Baraúna-RN, quase divisa com o município de Jaguaruana, no Estado do Ceará.
Neste caso, o próprio dono do sítio de Três Varedas, Ronaildo de Oliveira, de 38 anos, teria contado aos policiais que estavam com os dois na casa dele, porém os policiais aparentemente foram enganados e o Tatu e Martelo conseguiram fugir de novo. Deste cerco, a PF descobriu que Ronaildo recebeu R$ 5 mil reais para “ajudar” os fugitivos.
Além de Ronaildo, outras 6 pessoas terminaram presas por ajudar os fugitivos. Cerca de 15 após a fuga, duas trabalhadores rurais viram os dois numa plantação de banana e, assim, começou o terceiro cerco, desta vez numa região de fazendas e da Reserva Nacional da Furna Feia, que até agora não surtiu qualquer efeito no sentido de capturar os fugitivos.
O fracasso de mais de 40 dias, mobilizando mais de 500 policiais com helicópteros, cães com super faro e até drones com sensor de calor, levou o Ministério da Justiça a mudar a estratégia de buscas aos dois fugitivos, que são do Acre-AC, onde somam penas de 150 anos de prisão.
“O que está sendo planejado é uma mudança de estratégia, mantendo as forças locais fazendo os trabalhos de execução de buscas e, ao mesmo tempo, intensificando as investigações. Nós acreditamos que vamos, com as investigações, com o trabalho de inteligência policial, realizar a recaptura dos dois”, afirmou o pernambucano André Garcia, em entrevista a Record.