Durante entrevista concedida ao portal MOSSORÓ HOJE, o prefeito Francisco José Júnior fez um balanço das ações promovidas pela gestão ao longo de 2015, reconheceu que erros foram cometidos, e anunciou que agora em janeiro promoverá uma série de mudanças no governo, que exigirão um comprometimento maior da sua equipe de auxiliares e servidores.
Acompanhe a seguir a íntegra da conversa:
Mossoró Hoje: O ano de 2015 foi de dificuldades para gestores de todo o país. Qual a avaliação que o senhor faz do ano que passou?
Francisco José Júnior: O Brasil vive a pior crise de sua história, e não é só econômica, mas também política. Só Mossoró perdeu mais de R$ 100 milhões em 2015, comparado com 2014. Mesmo assim, encerramos o ano com realizações. Na segurança, por exemplo, através de investimentos nas Bases Integradas Cidadãs (BICs) conseguimos a maior redução no número de homicídios nos últimos cinco anos, se tivéssemos evitado a morte de apenas um jovem, já teria valido a pena, e foram cerca de 30 vidas salvas, então é algo que temos que comemorar.
O senhor sempre tem dito que governar é eleger prioridades. Fale um pouco sobre as ações que a gestão municipal promoveu em áreas como Saúde e Educação.
Setores como a rede de saúde mental receberam atenção especial em 2015. Implantamos o Consultório na Rua, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Droga (CAPS AD) 24 horas, resolvemos problemas no Serviço e Atendimento Móvel de Urgência, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e também iniciamos o processo de reestruturação da rede de atenção básica, reformando sete UBSs e entregando uma nova unidade na Ilha de Santa Luzia. Também devemos comemorar o aumento nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto. Mossoró só possuía nove desses leitos no Hospital Tarcísio Maia, para atender também a região oeste, e mais nove leitos foram abertos no Hospital Maternidade Almeida Castro, que vem sendo reestruturado com o apoio da Prefeitura, que paga os médicos, insumos. Imagine quantas vidas já foram salvas com esses leitos? E quantas ainda poderão ser salvas? Todo o sofrimento de pacientes que antes não tinham onde serem internados, está sendo diminuído, porque dobramos a quantidade de leitos. O maior avanço da nossa gestão não são obras de cal, tijolo, cimento, e sim avanços no cuidado com as pessoas.
E na educação?
Na educação, nossa cidade é 1º lugar no Rio Grande do Norte, de acordo com levantamento divulgado recentemente pela consultoria Delta Economics & Finance. Nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) supera a média nacional. Claro que, de forma geral, sempre há o que melhorar, inclusive o nosso próprio governo, e nós vamos fazer os ajustes necessários para melhorar em 2016, mas podemos comemorar que pesquisas em nível nacional, colocam, por exemplo, Mossoró entre as 50 melhores cidades do país.
O senhor citou os avanços, mas também tem dito que reconhece alguns erros cometidos pela gestão, e que em 2016 muitas mudanças serão implementadas no governo, já no início do ano. Que mudanças serão essas?
Em primeiro lugar o comprometimento da nossa equipe. Eu trabalho 14 horas por dia, e não aceito nenhum servidor, secretário, cargo comissionado, receber dinheiro sem trabalhar. Eu quero que a nossa equipe tenha esse comprometimento maior, e não foram feitos, em determinados momentos, ajustes necessários devido a questões políticas, por receio de perder um apoio, desagradar político ou partido, mas a prioridade agora é governar como fiz na interinidade, dando tudo que podemos. Eu continuo sendo assim, mas confesso que a nossa equipe se acomodou um pouco, precisamos deixar a Prefeitura mais eficiente, fazendo com que as coisas aconteçam de forma mais rápida, e para isso faremos grandes mudanças em janeiro. Vamos corrigir o que erramos. Fizemos apostas grandes, que nenhum gestor teve coragem de fazer, meus antecessores preferiram fazer calçamento, asfalto, praça, a gente está priorizando a qualidade de vida da população, a coletividade, as melhorias em serviços como o de transporte público, por exemplo, sistema que melhorou, mas ainda está a desejar, e que em 2016 vamos resolver. Por eu trabalhar muito, tanto na Prefeitura quanto em casa, onde também despacho com secretários, o erro que me referi em entrevistas é que tenho que ouvir mais a população, tenho que sair mais, fiscalizar uma UBS, escolas, conversar com as pessoas, com os servidores, isso vou corrigir em 2016.
Para finalizar, Francisco José Júnior é candidato à reeleição em 2016?
Um dos grandes erros dos gestores é governar esperando algo em troca, porque quando procuramos fazer o bem não devemos esperar nada em troca. Não está pensando em política quem tem coragem de fazer o que é preciso ser feito, coragem de valorizar um profissional competente e colocá-lo na direção de algum equipamento, e não colocar uma pessoa ligada a algum político, muitas vezes uma pessoa sem formação, que acaba por prejudicar o atendimento à população, isso nenhum gestor fez, e nem eu fiz, mas vou fazer a partir de agora, pois tenho que humanizar os serviços oferecidos aos mossoroenses. Não sou político por vaidade, por ambição, sou político para servir, ajudar, encaro que estou hoje por prefeito porque Deus me colocou na cadeira de prefeito, era vereador e já havia decidido com a minha família que seria o meu último mandato. Se Deus permitir e o povo querer um prefeito que não aceite desmandos como os que aconteceram nos últimos anos, e que entenda que o prefeito que está hoje quer resolver os problemas da coletividade, e não de uma família, de um grupo, vamos pensar com carinho na possibilidade de uma nova candidatura. Em apenas dois anos é impossível resolver todos os problemas, meus antecessores tiveram décadas para isso e não resolveram. Que Deus abençoe a todos e um feliz 2016, e que possamos ter um ano muito melhor.