14 NOV 2024 | ATUALIZADO 12:30
NACIONAL
COM INFORMAÇÕES DE O GLOBO
12/11/2024 17:56
Atualizado
12/11/2024 17:56

Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo, perdido em 2019

Recertificação foi concedida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta terça-feira (12) após dois anos sem novos casos locais e aumento da cobertura vacinal. O Ministerio da Saúde destaca que a recertificação é resultado de um conjunto de esforços para ampliar a vacinação e impedir a disseminação de novos casos.
Recertificação foi concedida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta terça-feira (12) após dois anos sem novos casos locais e aumento da cobertura vacinal. O Ministerio da Saúde destaca que a recertificação é resultado de um conjunto de esforços para ampliar a vacinação e impedir a disseminação de novos casos.

O Brasil recuperou o certificado de país livre do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que havia sido perdido em 2019. O anúncio será feito pelo diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, em evento na sede da entidade, em Brasília, junto à ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta terça-feira.

O presidente da Câmara Técnica do Brasil de Verificação da Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita, Renato Kfouri, destaca que a recertificação é resultado de um conjunto de esforços para ampliar a vacinação e impedir a disseminação de novos casos:

Para mantermos o país certificado como livre de circulação do sarampo são vários fatores que precisamos cumprir que envolvem a cobertura vacinal, a vigilância de casos suspeitos, ações para impedir a transmissão. Conseguimos cumprir todos eles para garantir que não temos mais casos locais da doença. Foi um esforço grande, especialmente num país como o nosso, com tantas diferenças e desigualdades.

O certificado havia sido concedido ao Brasil em 2016 e, nos dois anos seguintes, o país permaneceu sem registrar novos casos de sarampo. Em 2018, no entanto, o vírus voltou a circular e provocar surtos. Segundo dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, na época a cobertura com as duas doses da tríplice viral, imunizante que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, estava pelo quarto ano seguido abaixo de 80% – distante dos 95% preconizados pela pasta.

Em 2019, os casos da doença explodiram, chegando a cerca de 21 mil no ano. Devido aos novos surtos e à circulação da mesma versão do patógeno por mais de um ano, o Brasil perdeu a certificação recebida três anos antes.

Perdemos porque entraram casos no país que encontraram uma população não vacinada, e o vírus voltou a circular. Tivemos cerca de 40 mil casos em três anos, 2018, 2019 e 2020. O mundo não está livre do sarampo, só a Europa neste ano registrou mais de 30 mil casos. Então temos que fazer nossa lição de casa, que é manter alta a cobertura vacinal e fazer a vigilância epidemiológica, para eliminá-lo aqui — diz Kfouri, que é também vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

esde 2022, não há mais novos diagnósticos de sarampo que tenham sido contraídos dentro do Brasil – todos os registros foram de indivíduos que vieram do exterior. O último caso local foi confirmado em 5 junho daquele ano, no Amapá. Neste ano, por exemplo, foram registrados quatro casos, mas todos de pessoas que retornaram de outros países.

— Os casos eventuais que aconteceram nesse ano, e que vão continuar acontecendo, são importados e não estão gerando casos secundários locais, ou seja, a vigilância estava atenta, a detecção foi precoce e conseguimos impedir uma cadeia de transmissão — explica o especialista.

Em 2023, o Brasil obteve a elevação de status de “país endêmico” para “país pendente de reverificação” da doença, um primeiro passo. Neste ano, começou as tratativas para recuperar o certificado. Depois de diversas reuniões e visitas técnicas da Opas, o status foi concedido novamente ao país.


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