Os obstetras do município de Mossoró iniciaram uma paralisação na manhã desta segunda-feira (25), com isso, os atendimentos estão prejudicados na Maternidade Almeida Castro, maior maternidade da região oeste, que recebe gestantes de mais de 60 municípios.
Segundo a diretora do HMAC, Larizza Queiroz, no momento, apenas dois obstetras estão atuando nas urgências e emergências, graças a uma pactuação que já existia com a Prefeitura de Mossoró. Nos demais casos, que não sejam de urgência e emergência, as pacientes estão sendo encaminhadas para o Hospital da Mulher.
O diretor-médico da unidade, Dr. Manoel Nobre, explicou que a paralisação está acontecendo em virtude da situação insustentável a qual se encontra o Núcleo de Ginecologia e Obstetrícia de Mossoró, que está há sete meses sem receber pagamento por parte da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte (Sesap), uma dívida que gira em torno de R$ 1,4 milhão.
Ele também informou que, na sexta-feira (22), o Governo do RN havia autorizado o pagamento de um terço desta dívida, referente a uma nota do mês de abril, mas que até o momento o dinheiro não entrou.
Segundo o médico, existe uma pactuação há 10 anos onde o estado se responsabiliza pela manutenção de dois obstetras na maternidade, enquanto o município de Mossoró se responsabiliza por mais 2 profissionais, isso porque cerca de 70% dos atendimento no local são de gestantes que vêm de outros municípios.
Ele também explicou que é comum haver atrasos no pagamento, mas que a situação nunca havia chegado ao ponto que está atualmente. “Um atraso de sete meses eu nunca vi isso, nunca aconteceu isso aqui com esse contrato com o estado, nunca aconteceu”.
Manuela Coelho Gomes, Diretora-presidente da NGO, disse que o Núcleo tentou de todas as maneiras manter o serviço, ao longo desses sete meses, mas que a situação está complicada.
“A gente sabe da importância do serviço, então a gente manteve por todo esse tempo, mas infelizmente agora não dá mais. De todos os meses trabalhados, recebeu apenas quatro meses, sem proposta até o fim do ano, sem nenhuma negociação até o fim do ano, então infelizmente ficou insustentável, não tem como mais”, disse.
Na manhã desta segunda, a diretora do HMAC se reuniu com representantes das secretarias de Saúde dos municípios, para debater as medidas emergenciais com relação às gestantes.
Estiveram presentes na reunião representantes dos municípios de Mossoró, Baraúna, Tibau, Felipe Guerra e Frutuoso Gomes. As secretárias temem que, caso a situação não seja regularizada o mais rápido possível, haja uma grande tragédia nesses municípios, com risco de mortes de mães e bebês.
Larizza explicou à reportagem do MOSSORÓ HOJE que já está em contato com a Sesap para tentar regularizar a situação o mais breve.
Por volta das 10h, ao fim da reunião com as secretarias, a diretora entrou em reunião com a secretária de Saúde do RN, para cobrar um posicionamento do estado.