07 JAN 2025 | ATUALIZADO 18:45
SAÚDE
06/01/2025 10:41
Atualizado
06/01/2025 10:41

Ministério da Saúde orienta novos gestores diantes do aumento dos casos de arboviroses

Uma nota técnica foi divulgada pela pasta direcionada, especialmente, aos novos gestores municipais e reforça a necessidade de monitoramento constante do cenário epidemiológico, implementação de medidas de controle de vetores e preparação das redes de saúde já nos primeiros meses de 2025. Segundo o documento, a continuidade do fenômeno El Niño em 2025 pode intensificar a situação devido ao impacto no clima e nas condições favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Ministério da Saúde orienta novos gestores diantes do aumento dos casos de arboviroses. Uma nota técnica foi divulgada pela pasta direcionada, especialmente, aos novos gestores municipais e reforça a necessidade de monitoramento constante do cenário epidemiológico, implementação de medidas de controle de vetores e preparação das redes de saúde já nos primeiros meses de 2025. Segundo o documento, a continuidade do fenômeno El Niño em 2025 pode intensificar a situação devido ao impacto no clima e nas condições favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti.

O Ministério da Saúde divulgou nota técnica, na última sexta-feira (3), com recomendações aos gestores estaduais e municipais diante do aumento dos casos de dengue e chikungunya no período de 2024 e projeções para 2025.

O documento é direcionado, especialmente, aos novos gestores municipais e reforça a necessidade de monitoramento constante do cenário epidemiológico, implementação de medidas de controle de vetores e preparação das redes de saúde já nos primeiros meses de 2025.

Modelagens preditivas apontam para uma incidência elevada de casos de arboviroses em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná acima do observado em 2024.

Segundo o documento, a continuidade do fenômeno El Niño em 2025 pode intensificar a situação devido ao impacto no clima e nas condições favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti.

A nota técnica alerta, ainda, para o aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue nas últimas semanas de 2024, especialmente no Amapá, São Paulo e Minas Gerais. Esse sorotipo não tem incidência relevante no país desde 2008.

O sorotipo predominante de dengue no Brasil é o 1 (73,4%), seguido do 2 (25,9%). A circulação do tipo 3 pode elevar os casos, pois boa parte da população não possui essa imunidade.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destaca que, diante desse cenário, é fundamental que os entes federados – União, estados e municípios – atuem de forma integrada e coordenada.

“O Ministério da Saúde tem monitorado de perto o cenário epidemiológico e investido em diversas ações de prevenção, capacitação e controle dos vetores. Já estados e municípios, responsáveis pelas ações da rede assistencial, precisam se preparar para esse período de aumento de casos”, alerta. Ela ressalta que a vacina da dengue protege para os quatro sorotipos existentes e enfatiza a necessidade de o público-alvo completar o esquema vacinal com as duas doses do imunizante.

Plano nacional de ação e medidas de enfrentamento

Desde 2023, o Ministério da Saúde tem fortalecido diversas ações em relação às arboviroses no país. A pasta ampliou recursos para apoiar municípios e estados em ações de vigilância e assistência à saúde; recomposição dos estoques de insumos e incorporação de novas tecnologias para controle vetorial e para diagnóstico; incorporação da vacina contra dengue no SUS; qualificação de agentes de controles de endemias e profissionais de saúde; campanhas de comunicação para mobilização da população, entre outras medidas como:

  • A Sala Nacional de Arboviroses, instalada por meio da Portaria GM 2.242/2023, voltou a operar em junho de 2024 e em setembro do ano passado foi lançado o Plano de Ação Nacional para redução dos impactos da dengue e outras arboviroses, composto por seis eixos (prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial e manejo clínico, preparação e resposta às emergências e comunicação e participação comunitária)
  • Investimentos de mais de R$ 4 bilhões em 2023 e R$ 4,8 bilhões em 2024 para insumos, campanhas, controle vetorial, vacinação e capacitação de agentes de saúde.
  • Ampliação em 77,3% da capacidade de diagnósticos de dengue em relação a 2023
  • Introdução de tecnologias inovadoras, como o método Wolbachia, as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) e a técnica do inseto estéril, entre outros métodos para controle dos vetores.
  • Aquisição, em 2024, de 4,5 milhões de testes rápidos para dengue e mais de 3,8 milhões de testes laboratoriais (sorologia e biologia molecular)
  • Para 2025, o Ministério também já adquiriu 6,5 milhões de testes rápidos para diagnóstico da dengue

Recomendações aos gestores de saúde

A nota técnica recomenda aos gestores locais medidas como:

  • Notificação e monitoramento: casos suspeitos de dengue e chikungunya devem ser notificados imediatamente, e dados inseridos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)
  • Investigação de óbitos: óbitos suspeitos devem ser investigados com prioridade para reorganizar fluxos de atendimento e evitar novas fatalidades
  • Estratégias de controle vetorial: realizar visitas domiciliares, eliminação de criadouros, borrifação residual em áreas de grande circulação e bloqueio da transmissão diante de notificações iniciais
  • Organização dos serviços de saúde: ampliar horários de atendimento, organizar a atenção básica para manejo de casos leves e garantir leitos para casos graves
  • Capacitação profissional: atualizar equipes para diagnóstico e manejo clínico de arboviroses

Orientação à população

O Ministério da Saúde reforça a importância da conscientização da população sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti em domicílios e a busca imediata por atendimento médico ao surgirem sintomas como febre, dores no corpo e nas articulações, sinais de alarme ou gravidade. A participação da comunidade é essencial, pois cerca de 75% dos focos da dengue estão nos domicílios.

Cenário epidemiológico em 2024

Entre as Semanas Epidemiológicas (SE) 1 e 52 de 2024, o Brasil registrou 6.486.639 casos prováveis de dengue, um aumento de 303% em relação ao mesmo período de 2023. A região Sudeste concentrou a maioria dos casos (59%), com destaque para São Paulo, que apresentou um crescimento de quase quatro vezes em relação a 2023.

Casos de chikungunya também cresceram 68,9%, com 267.352 notificações em 2024. As regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores números absolutos e coeficientes de incidência, respectivamente.


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