O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA) passou quase 8 anos sem fazer o trabalho técnico especializado de monitoramento da qualidade da água dos mananciais que abastece as 167 cidades do Rio Grande do Norte.
Este trabalho era feito através do Programa Água Azul, financiado pelo IDEMA e com apoio técnico dos laboratórios da UERN, UFRN, IF, IGARN, EMPARN e Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, SEMARH.
Além analisar a qualidade da água das reservas hídricas de superfície e subterrâneas, o programa Água Azul também é responsável pelo trabalho de verificação da balneabilidade nas praias. Nesta função específica, o trabalhou não parou.
Sérgio Macêdo, supervisor do Núcleo de Monitoramento Ambiental do IDEMA, explicou que a instituição é executora da política estadual de meio ambiente e, por esta razão, tem por obrigação de lei, monitorar o meio ambiente, e a água é um fator muito importante.
O supervisor do Núcleo de Monitoramento Ambiental do IDEMA explica que, mediante convênio do IDEMA, a UERN fica responsável pelo monitoramento a região Oeste do Rio Grande do Norte e a UFRN responsável pelo mesmo trabalho nas demais regiões do Estado.
A ausência deste monitoramento técnico dos mananciais do Estado, por quase 8 anos, é motivo de preocupação dos pesquisadores do Laboratório Eletroquímica e Química Analítica, instalado no Campus Central da UERN, no município de Mossoró.
A professora Suely Souza Leal de Castro, é coordenadora deste laboratório. Ela conversou com a reportagem do Mossoró Hoje. Explicou que existe inúmeras formas de contaminação das reservas de água doce, seja de superfície ou subterrâneas que abastecem as cidades.
Citou o exemplo do município de Baraúna-RN, que tem uma extensa área de seu território sendo explorado pela fruticultura irrigada. Segundo ela, é preciso ter estas análises periodicamente, para verificar se água do subsolo está contaminada ou não.
Ela também ressalta a necessidade de manter esta pesquisa periódica nos mananciais de superfície que abastecem as cidades, como as Barragens Armando Ribeiro Gonçalves, em Itajá-RN, Santa Cruz, em Apodi-RN, entre várias outras no Estado.
Nesta análise periódica, com emissão de relatórios a cada 3 meses, a professora Suely Castro diz que é possível detectar uma possível contaminação antes que afete a população que consome essa água. Entretanto, este trabalho parou em maio de 2017.
Através da Assessoria de Comunicação, o IDEMA esclarece que um dos motivos para a interrupção do Programa Água Azul, a partir de maio de 2017 até os dias atuais, foi a impossibilidade do IGARN e da EMPARN apresentarem algumas certidões negativas, o que impedia o IDEMA de assinar um novo convênio com essas duas instituições parceiras.
Esta questão da documentação do IGARN e EMPARN, segundo informa a assessoria do IDEMA, foi superada e espera que ainda neste mês de março de 2025, o Programa Água Azul tenha suas atividades retomadas, levando um pouco mais segurança à população do Rio Grande do Norte quanto a qualidade da água que consome.