O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou nestra quinta-feira (11), em Brasília, a assinatura do primeiro acordo internacional para o desenvolvimento de vacina contra zika. A parceria foi feita entre a Universidade do Texas e o Instituto Evandro Chagas, do Pará. De acordo com o ministro, a estimativa é de que o produto esteja concluído entre um e dois anos.
Pedro Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas, informou que o imunizante será feito a partir de trechos do vírus responsáveis por desencadear resposta imune. Tais fragmentos seriam inseridos em uma espécie de cápsula formada também com o material do vírus, mas que não teria risco de provocar a infecção no paciente. "Ficaremos encarregados de fazer o sequenciamento do vírus e testes em animais", contou Vasconcelos.
O pesquisador informou ainda que esse sequenciamento do vírus realizado pelo instituto já está na fase final do processo. Segundo ele, o governo brasileiro deverá investir US$ 1,9 milhão nos próximos cinco anos. "Podemos ter a vacina em até três anos no total. Pesquisadores estão otimistas", comemorou o ministro Castro, garantindo os investimentos necessários ao andamento do processo.
Ainda segundo o ministro não faltarão recursos para desenvolvimento da vacina. "Dinheiro não é o problema". De acordo com Castro, a fase inicial das pesquisas não demanda grande aporte de recursos. Os investimentos mais significativos serão necessários no período dos testes para avaliar a eficácia e a segurança da vacina.
Outras duas frentes de pesquisa para desenvolvimento de vacinas estão em negociação. Uma delas tem o Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, em parceria com o Instituto Butantã. Há ainda possibilidade do desenvolvimento de imunizante em uma parceria entre Biomanguinhos e um laboratório farmacêutico.
Além dos acordos de cooperação, o ministro citou duas missões de analistas internacionais e de um convite feito à diretora-geral do Organização Mundial da Saúde (OMS), Margareth Chan, para ums visita ao Brasil como exemplo de que o País estaria aberto a colaborações com a comunidade científica.
Ainda segundo o ministro, os entendimentos estariam sendo feitos tanto para decifrar as dúvidas que ainda envolvem a forma de atuação do zika e do desenvolvimento de instrumentos que possam evitar o avanço da doença no País e nas Américas.
"A doença se transformou em uma ameaça internacional", completou o ministro. "A visita da diretora vai ocorrer entre os dias 23 e 24 deste mês. Estamos bastante abertos", finalizou Castro. De acordo com ele, essa caraterística teria motivado críticas no cenário internacional.