19 SET 2024 | ATUALIZADO 12:22
MOSSORÓ
Da redação
15/02/2016 10:57
Atualizado
12/12/2018 20:10

Surto de viroses superlota Unidades de Pronto Atendimento de Mossoró

Com o início do período chuvoso, há um aumento na incidência de doenças virais, que atingem principalmente crianças e idosos. UPAs estão dobrando número de pacientes atendidos.
Valéria Lima

Com o início do período chuvoso, há um aumento na incidência de doenças virais, que atingem principalmente crianças e idosos. Em Mossoró, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) vêm registrando uma alta procura, chegando a dobrar o número de pacientes atendidos.

O portal MOSSORÓ HOJE visitou duas das três UPAs da cidade e constatou o aumento da demanda. Na Unidade do Santo Antônio, a média de atendimentos que é de 350 pessoas por dia saltou para 700 pacientes.

Situação semelhante enfrenta a Unidade do Belo Horizonte, que já chegou a registrar nesse período 900 atendimentos em um plantão de 12h, média que já está superando a registrada no mesmo período do ano passado.

De acordo com a diretora da UPA do Santo Antônio, Adriana Freitas, a maior parte dos pacientes apresenta os mesmos sintomas: vômitos, diarreias e febre, associados a infecções do gastrointestinal. Há ainda casos suspeitos de dengue, doença também comum nessa época do ano.

“Nós temos três médicos na Unidade, podendo chegar a quatro, dependendo do horário. Mas é importante esclarecer que em alguns momentos o médico precisa visitar a estabilização, realizar pequenas cirurgias, então pode acontecer de nem sempre os três estarem nos consultórios simultaneamente”, explica a diretora.

A paciente Rosana Dias aguardava atendimento para sua filha, Raissa Milena, de 12 anos, na UPA do Santo Antônio. Ela contou à reportagem do MOSSORÓ HOJE os sintomas da criança. “Dor no corpo, coceira, isso já há uma semana, agora resolvi procurar o médico”, destacou, acrescentando que havia chegado à unidade há pouco tempo.

Na UPA do Belo Horizonte, assim como na Unidade do Santo Antônio, a escala de plantões também não apresentava problemas. De acordo com o diretor Richardson Freitas, o aumento da demanda nesse período é uma realidade não só em Mossoró, mas em boa parte do Brasil.

“Tanto nas unidades de saúde públicas quanto privadas a situação é a mesma. Esse surto de viroses é característico desse período sazonal. Estamos trabalhando para diminuir o tempo do atendimento, que está variando entre 45 minutos e uma hora, quando o normal é 20 minutos”, afirma.

Ainda segundo a direção da UPA do BH, a escala de plantão médico na Unidade recebe reforço a partir das 17h. “São três médicos ao longo do dia e quatro das 17h à 0h, que é o nosso horário de pico”, frisa Richardson Freitas, também explicando que nem sempre todos os médicos estão necessariamente nos consultórios, uma vez que procedimentos como pequenas cirurgias e estabilizações necessitam da presença do especialista.

Referência na cidade, a UPA do Belo Horizonte foi aberta à população em 28 de fevereiro de 2014, na gestão interina do prefeito Francisco José Júnior. O atendimento no local é sempre elogiado pelos pacientes. A dona de casa Luzenira Noberto (foto abaixo), por exemplo, relata que sempre que procurou a Unidade foi atendida rapidamente.

“Só dessa vez que está demorando mais, por causa dessas doenças né? Mas sempre que vim aqui foi muito rápido. Hoje tanto eu quanto meu neto, de 11 anos, estamos doentes, com dores no corpo e estamos aguardando um pouco mais”, ressaltou a dona de casa.

Cuidados

O infectologista Alfredo Passalacqua explica que as mudanças climáticas favorecem a proliferação de vetores, principalmente os responsáveis pela transmissão de infecções para o trato gastrointestinal, que causam vômitos, diarreias e febre. “A orientação que passamos é no sentido de deixar os alimentos o menor tempo possível expostos, pois assim evitará que insetos contaminem a comida”, diz.

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A higiene também é fundamental para evitar o contágio. “Um local sujo atrai um número maior de vetores, por isso, recomenda-se o máximo de cuidado com a higiene, lavando sempre as mãos, mantendo limpo os locais de alimentação, diminuindo assim o risco da transmissão de doenças”, afirma Passalacqua.

Entre as doenças mais comuns nesse período do ano, estão a Gastroenterocolite (infecção do sistema digestivo, popularmente chamada de “virose"); Influenza (gripe); Hepatite A e Dengue. “A conjuntivite viral também é comum nesse início de inverno. Os cuidados ainda devem ser intensificados quanto ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, Chikungunya e Zika Vírus”, conclui Alfredo Passalacqua.

 O que fazer quando a transmissão acontece:

- Procurar orientação médica;

- Evitar automedicação;

- Hidratar o corpo, com a ingestão de líquidos como sucos, água de coco e soros fisiológicos;

- Adotar uma dieta leve, evitando condimentos mais gordurosos;

- Repousar;

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