28 MAR 2024 | ATUALIZADO 17:59
VARIEDADES
Por Valéria Lima
12/03/2016 06:40
Atualizado
12/12/2018 23:27

ELES põem às mãos na massa e arrasam na cozinha

Homens deixam o preconceito de lado e assumem o fogão do lar, agradando famílias e amigos com deliciosas receitas. Feminista avalia mudança de cenário como positiva
Josemário Alves

Para quem acha que homem na cozinha é coisa de cena de novela das 21h, os jornalistas Francileno e João Carlos são alguns dos que deixam o preconceito de lado, põem às mãos na massa e agradam família e amigos com deliciosas receitas.

Enquanto é entrevistado pelo Mossoró Hoje, João Carlos Brito prepara um filé ao molho de gorgonzola e carne de porco ao molho. O jornalista começou sua aventura na cozinha quando morava na Paraíba com amigos. No início, por conveniência e pela independência.

(Foto: Josemário Alves)

João Carlos Brito é casado e para a sorte da Thaísa – que não gosta de cozinhar, é ele quem assume o fogão. Os amigos também admiram o talento do jornalista.

“Eu faço coisas mais simples, não sou de fazer comida muito sofisticada, gosto de cozinhar o que mais gosto de comer, que são carnes, mas o pessoal não reclama, até agora ninguém morreu”, brinca o jornalista enquanto reclama que o arroz não ficou no ponto em que ele queria.

Segundo João Carlos, qualquer um pode cozinhar, essa não é uma atividade exclusiva da mulher, e não percebe tanto preconceito atualmente. “Não é difícil cozinhar, qualquer um pode, você segue a receita direitinho e depois vai aprendendo, acho que hoje essa questão do preconceito é mais raro”, afirma.

Já Francileno Gois é um belo exemplo de que nada como o tempo para aprimorar o gosto pela cozinha. O jornalista cozinha desde quando se casou, há 21 anos. Gois cozinha para a esposa e para as duas filhas, faz o jantar todas as noites e sua especialidade é lasanha. Elas adoram, segundo ele.

“Misturo coisas e fica uma gororoba que as três comem e bem, quebram até a dieta. Gosto de fazer lasanha, minhas filhas dizem que faço a melhor, ovo mexido também”, disse.

Ele afirma que começou a cozinhar com o desejo de ajudar a esposa nas tarefas de casa. “Cozinhar foi uma maneira de ajudar na luta doméstica. Na cozinha, eu misturo umas coisas e sai uma janta. Também lavo louças, inclusive sou muito exigente, não sou chato e sim organizado”, afirma.

Para a professora de comunicação e feminista, Daiane Dantas, o cenário com a inserção dos homens em um ambiente antes dominado só por mulheres, é positivo, mesmo que essa presença masculina na cozinha ainda não seja, na visão dela, uma condição cotidiana.

“De certa forma é um ambiente que eles frequentam de forma extraordinária, especial, como gourmet e não como uma condição cotidiana da manutenção da vida, do cuidado diário da casa, da divisão das tarefas domésticas, mas eu penso que isso é um passo inicial para que se pensem as hierarquias, inclusive dentro do trabalho doméstico”, conclui.

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