16 SET 2024 | ATUALIZADO 15:02
NACIONAL
Da redação / Estadão / O Globo
30/03/2016 06:33
Atualizado
14/12/2018 02:13

Sem PMDB, governo anunciará nova reforma ministerial até sexta

Segundo Jaques Wagner, Chefe de Gabinete do governo, a saída do principal aliado abre uma boa oportunidade para que Dilma comece uma nova era ao lado dos outros aliados.
JusBrasil

Após o anúncio oficial do desembarque do PMDB ao governo, a presidente Dilma Rousseff prepara uma nova reforma ministerial, que deverá se anunciada até o próxima sexta-feira (01). O ministro Jaques Wagner, Chefe de Gabinete, foi o responsável para falar em nome do governo e usou o termo "governo novo" para essa nova fase.

Segundo Wagner, a saída do principal aliado abre uma boa oportunidade para que Dilma uma nova era ao lado dos outros aliados. "O espaço deixado pelo PMDB chega numa boa hora porque oferece à presidente Dilma uma ótima oportunidade de repactuar o seu governo. Política é assim. É vivida da realidade. Estou muito confiante de que esta oportunidade será uma boa caminhada da presidente Dilma", afirmou o ministro.

Nesta terça-feira, Dilma deixou o Palácio do Planalto no início da noite rumo ao Palácio da Alvorada, residência oficial, para decidir com seus principais ministros quem poderá substituir os peemedebistas no governo. O Planalto espera que o desembarque do PMDB possa facilitar a batalha por votos contra o impeachment de Dilma.

O raciocínio é matemático: o PMDB “bloqueava” sete ministérios e só entregava de 25 a 30 votos na Câmara. Com a liberação desses ministérios, outros partidos aliados poderão ocupá-los e entregar, em troca, no mínimo o dobro dos votos. Segundo um auxiliar da presidente, o cálculo é chegar a 80 votos — como o governo tem pelo menos cem votos já garantidos, isso seria suficiente para chegar aos 172 necessários para barrar o impeachment.

Outra aposta do governo é redistribuir cargos nos diversos escalões da República, além de atender demandas específicas de parlamentares. Segundo interlocutores do Planalto, Lula está à frente desse trabalho. O governo pretende redistribuir os cargos para garantir votos contra o impeachment.

O ex-presidente tem dito a pessoas próximas que pretende fazer uma “higienização” no quadro de apadrinhados políticos para assegurar que cada cargo ou demanda atendida corresponda a ao menos um voto contrário ao afastamento de Dilma no Congresso.

Novo Bloco
Em substituição ao PMDB, que anunciou nesta terça-feira seu desembarque do governo, a presidente Dilma Rousseff deu início a conversas para a formação de um novo bloco na Câmara, formado por PP, PR e PSD que, juntos, somam 129 votos – contra os 69 votos do PMDB. Para isso, a presidente está disposta a abrir mais espaço a esses partidos.

Para um auxiliar do governo, a união de PP, PR e PSD seria um "novo centrão", numa referência a um bloco formado na Constituinte reunindo vários partidos que, na ocasião, deu maioria aos conservadores. O "centrão" na Constituinte acabou superando o PMDB, partido que tinha a maior bancada na Câmara e no Senado.

Na avaliação do Planalto, se o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani, assegurar votos de 15 a 20 deputados, o partido poderá manter o comando de um ministério – o da Saúde ou o da Ciência e Tecnologia, dependendo das negociações com outros partidos. Dos ministros senadores, pelo menos Kátia Abreu deve continuar – permanecendo ou não no PMDB.

Nesta terça, ela teve conversas com o presidente do PSD, Gilberto Kassab; e com o presidente do PP, Ciro Nogueira. A Kassab foi dito que o partido só ganhará mais espaço se a bancada estiver unida em apoio ao governo. Kassab disse à presidente que não houve a liberação dos votos da bancada – negando, portanto, informação transmitida por deputados.

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