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MOSSORÓ
Por Josemário Alves
30/03/2016 19:14
Atualizado
13/12/2018 13:07

"Vou ter que convencer as pessoas que não sou um fascista", afirma professor

Estudantes acusam João Araújo de incitar o ódio contra a comunidade LGBT dentro de sala de aula. Nesta quarta (30), durante protesto, o professor precisou de escolta para sair da UERN
Josemário Alves / MH

O professor de Arqueologia do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), João de Araújo Pereira Neto, se defendeu das acusações de homofobia e disse que foi mal-entendido durante declaração em sala de aula na noite de terça-feira (29).

Estudantes o acusam de incitar o ódio e a violência contra a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) e de declarar que esse tipo de orientação sexual é uma doença. As supostas declarações homofóbicas foram denunciadas pelo estudante do 2º período de História, Francisco Júnior.

Nesta quarta (30), João Araújo reuniu os alunos de sua turma para explicar o que disse e se defender das graves acusações. Ele destacou em sua fala que irá ainda acionar a Justiça.

“Vou ter que convencer as pessoas que não sou um fascista. Se as pessoas acharam que eu estava fazendo uma crítica ou gozação dos LGBT"s, eu não sou Marcelo Adnet, eu não faço isso”, frisou.

(Foto: Valéria Lima / MH)                                                    


Estudantes e apoiadores da causa se concentraram em um nos corredores do Departamento, com faixas, cartazes e bandeiras, protestando contra a atitude do professor. Ele precisou deixar a universidade sob escolta de estudantes e servidores que não acreditam nas acusações.

Veja vídeo.

De acordo com Hans Willegaignon, da Comissão LGBT do Diretório Central Estudantil (DCE/UERN), a classe dos estudantes está unida e o DCE não vai permitir que o professor fique impune.

“Nós vamos entrar com um processo administrativo contra o professor e um processo de retratação pública de desculpas no departamento. O DCE junto com os docentes, discentes e os técnicos da universidade, não vai permitir jamais que homofóbicos deem aula nesta universidade”, destacou ao MOSSORÓ HOJE.

Representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do DCE da Ufersa também estiveram presentes no protesto, em apoio aos colegas. Eles declararam que combater o preconceito é dever da universidade e que registrar tal ato dentro de uma instituição de ensino superior é inadmissível.

O chefe do Departamento de História, professor Lindercy Francisco de Souza, explicou que uma sindicância será aberta para investigar o caso.

“Nós repudiamos este tipo de atitude. Vamos formalizar a denúncia e o caso será apurado. Vamos conversar com o professor e com o aluno novamente e em seguida tomar as medidas para retratação, se for o caso”, afirmou.

Durante o protesto, estudantes que auxiliavam na escolta do professor, tentaram intimidar a equipe do MOSSORÓ HOJE e, por três vezes seguidas, tomaram os equipamentos de um dos repórteres do portal, que trabalhava na cobertura.

(Foto: Valéria Lima / MH)                                                     

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