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POLÍTICA
Da redação
11/05/2016 07:53
Atualizado
12/12/2018 13:35

Sessão do Senado que vota processo de impeachment seguiu pela madrugada

Sessão definiu pelo afastamento de até 180 dias da chefe do Poder Executivo nacional, assumindo assim o comando da nação o vice-presidente Michel Temer (PMDB)
Agência Senado

Até às 0h45, 46 senadores usaram a tribuna na sessão histórica que vota a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff. A sessão foi retomada às 19h26, com a fala do senador Eduardo Amorim (PSC-SE), que se posicionou favorável ao afastamento da presidente.

Antes dele, já haviam falado 22 senadores, sendo que 18 se manifestaram favoráveis ao impedimento da chefe do Poder Executivo nacional e apenas quatro - Telmário Mota (PDT-RR), Ângela Portela (PP-RR), Tião Viana (PT-AC) e Fátima Bezerra (PT-RN) - defenderam a permanência de Dilma no cargo.

Na sequência, falou o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e um dos principais defensores do impeachment.

Ele começou dizendo que não estava na tribuna para votar contra uma pessoa, a favor ou contra um partido político, mas que estava cumprindo com seu dever constitucional. Afirmou que a irresponsabilidade na gestão econômica é uma marca dos governos populistas. Após se manifestar a favor do impeachment, o senador citou o avô Tancredo Neves e encerrou seu discurso.

Às 19h59, os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA) se inscreveram para discursar, elevando o número de inscritos para 70. Faltam ainda 36 senadores discussarem.

Trigésimo a ocupar a tribuna, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) defendeu novas eleições como solução para a crise. Ele afirmou que o PT e o PMDB são "irmãos siameses da crise e faces da mesma moeda".

Randolfe cobrou celeridade no julgamento de impugnação de mandato eletivo da chapa Dilma-Temer, em curso na Justiça Eleitoral, e avaliou que houve captação ilícita de sufrágio pela chapa vencedora das últimas eleições presidenciais.

Para o representante do Amapá, somente o voto popular dará resposta à crise política, uma vez que o impedimento de Dilma interessa apenas às “velhas e carcomidas elites políticas” brasileiras.

Se o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) for aprovado por maioria simples dos senadores presentes à sessão, Dilma será afastada do cargo por um prazo de até 180 dias e nesse período o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), assume o comando do país.

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    O primeiro bloco da sessão do Senado para decidir sobre a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma Rousseff durou duas horas e 30 minutos.

    A sessão foi aberta às 10h pelo presidente Renan Calheiros e interrompida às 12h30. No primeiro bloco, falaram apenas cinco senadores, de um total de 68 previstos.

    A sessão que decidirá o futuro da presidente Dilma Rousseff foi suspensa por volta das 18h20 pela segunda vez pelo presidente do Senado Renan Calheiros. Os parlamentares terão uma hora para descansar antes que o 23º orador vá à tribuna.

    No fim da tarde, alguns senadores pediram, por meio de requerimento, a diminuição do tempo de cada discurso para 10 ou cinco minutos, mas a ideia foi imediatamente rejeitada pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e por outros aliados do governo.

    Mas, diante da falta de consenso, o presidente Renan Calheiros decidiu nem pôr o requerimento em votação.

    “É muito importante que nós tenhamos uma solução hoje, seja qual for. Eu garantirei o espaço de cada senador e queria repetir aqui: não cabe a mim nem adiantar, nem atrasar o relógio da história”, afirmou o presidente.

    Ataque

    Na tribuna, os senadores se concentraram em questões técnicas ou políticas para justificar suas posições e encaminhar os votos.

    Os cinco primeiros a se manifestar na fase discussão - Ana Amélia (PP-RS), José Medeiros (PSD-MT), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Ataídes Oliveira (PSDB-TO) - reiteraram posição favorável ao impedimento.

    Eles afirmaram que há provas suficientes para a responsabilização de DilmaRousseff, rejeitaram a tese de golpe e criticaram a atuação do governo, principalmente nos campos político e econômico.

    Para o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), os crimes de responsabilidade identificados no processo se tornam "até insignificantes" diante de outras "práticas criminosas" praticadas pelo PT. Além disso, segundo ele, Dilma está deixando ao país uma dívida pública explosiva, cortes nos programas sociais, inflação alta, recessão e alta no índice desemprego.

    “Quero mostrar aos brasileiros os estragos que o PT causou ao povo brasileiro durante esses 14 anos. Esse é o maior crime que o Governo praticou”, destacou Ataídes.

    Defesa

    O primeiro parlamentar contrário ao impeachment só foi à tribuna por volta das 15h30. Telmário Mota (PDT-RR) disse que o momento, apesar de histórico, é vergonhoso, pois está havendo uma tomada ilegítima de poder apelidada de impeachment.

    “Nunca se falou tento em democracia, mas ela não está sendo respeitada. O voto das urnas está sendo retirado dos milhões de eleitores. E o prejuízo maior será da população” lamentou.

    A senadora Ângela Portela (PT-RR), por sua vez, lamentou a situação pela qual passa a primeira mulher na Presidência da República, “uma pessoa honrada e de bem, que governa com seriedade e transparência”.

    “Só mesmo o desejo incontrolável de subverter a vontade das urnas pode explicar o uso de justificativas tão frágeis contra Dilma Rousseff. Estamos diante de um prejulgamento político porque a decisão dos julgadores foi tomada antes de o processo começar”, constatou.

    Última a falar antes da sessão ser suspensa, a senadora Fátima destacou os investimentos em educação promovidos pelos governos Lula e Dilma.

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