16 SET 2024 | ATUALIZADO 15:02
NACIONAL
Da redação
18/05/2016 06:06
Atualizado
12/12/2018 08:23

Aliado de Cunha é escolhido por Temer como líder do governo na Câmara

Essa decisão provocou o primeiro racha em sua base aliada na Câmara. O grupo de partidos que fazia oposição ao governo Dilma - PSDB, DEM e PPS - entrou em colisão com os partidos do chamado centrão
Agência Brasil

O presidente interino Michel Temer (PMDB-SP) oficializou, na noite desta terça-feira (17), o nome do deputado André Moura (PSC-SE), aliado do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pressionado pelos partidos chamados de nanicos, como o novo líder do governo na Casa Legislativa.

André Moura é um dos expoentes da tropa de choque que tenta barrar a cassação de Cunha no Conselho de Ética e chegou a ser chamado de "lambe botas" do peemedebista pelo petista Paulo Teixeira (SP). Seu principal rival era Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tinha entre seus cabos eleitorais Moreira Franco, secretário-executivo de Parcerias do governo e um dos articuladores de Temer.

Essa decisão provocou o primeiro racha em sua base aliada na Câmara. O grupo de partidos que fazia oposição ao governo Dilma - PSDB, DEM e PPS - entrou em colisão com os partidos do chamado centrão, formado por 13 partidos da casa que davam sustentação a Dilma e agora compõem a base de Temer.

Dois pontos cruciais dividem essa base: quem será o novo líder do governo Temer na Casa e a solução para a presidência da Câmara, em razão do afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Supremo. O PSDB, DEM e PPS querem o afastamento definitivo de Cunha da presidência, com a declaração de vacância do cargo.

O "centrão" não admitia que um nome da antiga oposição ocupasse o posto. Esses partidos estudam a possibilidade de formar um "blocão" de apoio a Temer. A rejeição dos dois lados era recíproca.

O líder do governo na Câmara é, em linhas gerais, o responsável por negociar em nome do Palácio do Planalto os temas de interesse do presidente da República.

Após se reunir com líderes de partidos que apoiam a gestão Temer, o responsável pela articulação política, ministro Geddel Vieira Lima, reconheceu a dificuldade pela definição do novo líder.

"Evidentemente que vamos conversar com líderes da base aliada para que saia uma solução que nos unifique", afirmou. "Estamos no governo faz dois dias e a sensação que eu tenho, quando leio os jornais, é que o governo já tem quatro anos."

Condenado
No último dia 2, André Moura teve uma condenação confirmada em segunda instância por uso de dinheiro da prefeitura de Pirambu, em Sergipe, para pagar despesas suas e da família com tira-gosto, bebida alcoólica e churrasco. Moura foi prefeito da cidade entre 1997 e 2004, quando estava filiado ao extinto PFL, hoje DEM.

A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe rejeitou no mérito um recurso apresentado pelo deputado, e confirmou decisão de primeira instância de 2013, que determina a suspensão por oito anos dos direitos políticos do parlamentar.

Moura foi condenado em ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de Sergipe; outros réus são a mãe, a mulher, uma irmã e um cunhado do deputado, além de outro ex-prefeito de Pirambu. São suspeitos de consumir refeições e bebidas em restaurantes com despesas bancadas pela prefeitura.

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