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NACIONAL
Da redação / UOL
27/05/2016 06:21
Atualizado
12/12/2018 09:37

Gravações revelam que partidos financiaram o MBL em atos contra Dilma

As gravações divulgadas são de um dos coordenadores do MBL, Renan Santos, e do secretário da JPSDB-RJ, Ygor Oliveira, que confirmaram a autenticidade dos áudios
Divulgação

Em áudios divulgados na manhã desta sexta-feira (27) pelo portal de noticias do UOL, o Movimento Brasil Livre (MBL), entidade criada com o estigma de combater a corrupção e lutar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), teria sido financiado por partidos políticos como o DEM, PSDB, Solidariedade e o PMDB.

As gravações divulgadas pelo site são de um dos coordenadores do MBL, Renan Santos, e do secretário da Juventude do PSDB-RJ, Ygor Oliveira. De acordo com o UOL, os dois envolvidos nas conversas grampeadas confirmaram a autenticidade dos áudios e que os citados partidos realmente ajudava financeiramente o movimento.

Quando fundado, o movimento se definia comoapartidário e sem ligações financeiras com siglas políticas. Em suas páginas em redes sociais, fzia campanhas permanentes para receber ajuda financeira das pessoas, sem ligação com partidos.

Pelo menos a partir de 2016, os coordenadores do MBL começaram a negociar com os diversos partidos políticos que passaram a financiar de diversas formas o movimento pró-impeachment. Para tentar explicar esses apoios financeiros, os partidos têm versões distintas de como e de que forma aconteceram esses apoios.

PMDB
De acordo com as apurações feitas pelo UOL, o PMDB teria custeado a impressão de panfletos para o MBL divulgar as manifestações pró-impeachment ocorridas no último dia 13 de março. Segundo o presidente da juventude do partido, Bruno Júlio, solicitou ao presidente da Fundação Ulysses Guimarães (FUG), Moreira Franco, que custeasse 20 mil panfletos para divulgar os atos.

Ainda de acordo com o presidente da JPMDB, o material foi pago pelo partido e entregue ao MBL, que distribuiu para suas sedes regionais e espalhou por todo o país. "O MBL auxiliou na logística, distribuindo os panfletos e colocando cartazes, mas foi a FUG que pagou porque se tratava de uma campanha nossa, da juventude do PMDB, que nós emcampamos", explica Bruno Júlio.

Solidariedade e DEM
Em gravação realizada em fevereiro deste ano e divulgada hoje pelo UOL, Renan Antonio Ferreira dos Santos, um dos três coordenadores nacionais do MBL, diz em mensagem a um colega do movimento que tinha fechado com partidos políticos para divulgar os protestos do dia 13 de março usando as "máquinas deles também".

Leia a transcrição do áudio do coordenador do MBL, Renan Santos:

"O MBL acabou de fechar com o PSDB, DEM e PMDB, uma articulação para eles ajudarem e também com a força sindical, que é o Paulinho, né... Pra divulgar o dia 13 [de março] usando as máquinas deles também, enfim, usar uma força que a gente nunca teve, e foi o MBL que montou isso, a gente tá costurando com todos eles pra ter o impeachment, a gente tá em outra, a gente realmente tá causando problemas pra Dilma".

A assessoria de imprensa do Solidariedade confirmou a parceria em nota ao UOL: "O apoio do Solidariedade ao MBL foi com a convocação da militância para as manifestações do impeachment, carro de som nos eventos e divulgação dos atos em nossas redes".

Já o DEM informou que atuou em conjunto com o MBL, mas negou qualquer tipo de ajuda financeira ou apoio material ao movimento. "O Democratas se uniu aos movimentos de rua em favor do impeachment. Não houve nenhum tipo de apoio financeiro, apenas uma união de forças com os movimentos de rua, dentre eles o MBL".

PSDB
Em gravação feita no dia 5 de maio, o secretário de Mobilização da Juventude do PSDB do Rio de Janeiro, Ygor Oliveira, dá detalhes a seus colegas de partido sobre uma "parceria com o MBL" para financiar uma manifestação que veio a ocorrer no dia 11 de maio, em Brasília, durante a votação no Senado que resultou no afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República.

"Aqui no RJ, foi feita uma parceria entre o MBL, na pessoa do Bernardo Sampaio (coordenador do MBL), e na minha pessoa Ygor Oliveira, pela Juventude do PSDB. Fizemos uma... um projeto de a JPSDB captar com amigos, colaboradores o valor referente a hospedagem, alimentação, no translado, entre outras despesas, e o MBL chegar com o ônibus", detalha Ygor.

O secretário da JPSDB, continua: "O Bernardo conseguiu captar 50% do valor envolvido no ônibus, e ficou pendente 50%. A JPSDB conseguiu captar os valores que ela precisava para alimentação e hospedagem. Além disso, o Bernardo também conseguiu nos ajudar com alimentação, com kit lanche para a viagem, então estava tudo arrumadinho, bonitinho até ontém".

Ainda segundo a gravação divulgada pelo site, a parceria para esse ato em Brasília não se concretizou porque o MBL não teria conseguido oo valor para custear o ônibus que levaria os manifestantes à Capital Nacional. "Os 50% captaneado pelo MBL para custear o ônibus, não foi possível porque pessoas que propuseram a ajudar o movimento declinaram".

"Disseram que não iam conseguir ajudar. Com isso, o MBL não tem recursos hoje para arcar com 100% do ônibus. Foi isso que ocorreu, não é maldade do MBL ou estar furando com o PSDB, não, houve uma questão simplesmente dos financiadores declinarem, ponto, é isso", finalizou Ygor Oliveira.

Em nota, Renan Santos, coordenador nacional do movimento e filiado ao PSDB entre os anos 2010 e 2015, afirmou que "o MBL não criminaliza a política nem os políticos. A aproximação com as lideranças (políticas) foi fundamental para pavimentar o caminho do impeachment."

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