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NACIONAL
Da redação
02/06/2016 05:26
Atualizado
12/12/2018 09:37

Diante da crise no governo Temer, senadores reavaliam o impeachment

Em 21 dias, dois ministros caíram, houve uma avalanche de críticas pela falta de diversidade no alto escalão, além de desmentidos que Temer foi forçado a fazer.
Agência Brasil

Diante dos últimos acontecimentos no campo político que estremeceram os alicerces do governo interino de Michel Temer (PMDB), após a divulgação de gravações entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e os principais caciques do PMDB e aliados de Temer, houve um claro enfraquecimento ao apoio de senadores ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Nesse viéis, aumenta, entre os senadores que votaram favoráveis à admissibilidade do processo de impeachment e estão insatisfeitos com a atual crise política no governo peemedebista, a expectativa pela aprovação de uma PEC para a realização de novas eleições. Um possível posicionamento de Dilma nesse sentido poderia ajudar os indesivos a optarem por garantir o seu retorno ao cargo.

"A volta de Dilma assusta todo mundo, pela inconsequência e pela irresponsabilidade. Mas se ela propuser eleição direta, o que já devia ter feito um ano atrás, o jogo não está decidido, não. Até a oposição poderá aceitar", observou Cristóvam Buarque (PPS-DF), que votou favorável pela abertura do processo de impedimento e ainda não declarou posição final.

Os senadores Romário (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO), que votaram a favor e agora admite reavaliar a posição, disse que a crise no governo Temer "influenciará não só a minha opinião, como a da maioria". Se mantido o ritmo de tropeços do interino, o placar da admissibilidade pode "quase se inverter", afirmou Gurgacz.

Em 21 dias, dois ministros caíram, houve uma avalanche de críticas pela falta de diversidade no alto escalão, além de desmentidos que Temer foi forçado a fazer.

Mesmo aqueles que se mantêm pela saída de Dilma admitem dificuldades, dada a margem apertada no Senado.

O processo de impeachment foi aberto com 55 votos favoráveis, 22 contrários, três ausências e uma abstenção. Para que seja aprovada a cassação de Dilma, serão necessários 54 votos.

O senador Álvaro Dias (PV-PR), que mantém o voto a favor da saída de Dilma, reconhece que "as turbulências [no governo Temer] vão provocando temeridade".

"Estamos em cima do fio da navalha", afirmou Lasier Martins (PDT-RS). "A inclinação é mínima de um lado ao outro, vai se decidir com uma diferença de dois votos."

Martins defende a cassação da chapa de Dilma e Temer para a convocação de nova eleição. "Agora, quando vejo o ministro Gilmar Mendes [presidente do Tribunal Superior Eleitoral] visitar Temer no sábado (28) à noite, eu fico desconfiado. Que confiança a gente vai ter de que haja andamento de um processo criminal eleitoral?"

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