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NACIONAL
Da redação / Valor Econômico
02/06/2016 08:35
Atualizado
12/12/2018 10:16

Esposa de Cunha, afirma que ele abastecia conta na Suíça

Ela afirmou que deduzia que a renda vinha da ?atuação do mercado financeiro e empresarial? e que a família sempre teve um alto padrão de vida e, por isso, considerava os gastos normais
Pedro Ladeira

A mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Cláudia Cruz, afirmou em depoimento à força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba que a abertura de conta no exterior foi sugerida pelo deputado. A mulher e a filha de Cunha prestaram depoimento no dia 28 de abril. Segundo Cláudia, a conta que estava no nome delas na Suíça era “abastecida” por ele.

Cláudia Cruz e Danielle Dytz negaram irregularidades nos gastos milionários realizados pela família no exterior.

Desde que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo, determinou que Cláudia e Danielle fossem investigadas em Curitiba, a defesa tenta reforçar que Cunha era quem comandava a vida financeiras delas – para que elas voltem a ser investigada no Supremo.

A mulher do deputado afirmou ainda que não sabia o saldo da conta e nunca estranhou os gastos luxuosos e o alto padrão de vida da família. "A depoente não tem ideia de quanto ganha um deputado federal", diz o depoimento.

Segundo Cláudia, a conta batizada “foi aberta única e exclusivamente para custeio dos filhos no exterior” e ela não declarou as contas às autoridades brasileiras porque Cunha era o responsável por isso.

Ela afirmou que deduzia que a renda vinha da “atuação do mercado financeiro e empresarial” e que a família sempre teve um alto padrão de vida e, por isso, considerava os gastos normais.

Em seu depoimento, Danielle disse que ainda era financeiramente dependente do pai, apesar de ter uma empresa em seu nome e ter um rendimento mensal que variava entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.

Ela também afirmou que o pai “sempre gerenciou a sua vida financeira, mesmo quando foi casada, não vendo nenhum problema nesse fato”.

Em março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra o então presidente da Câmara por suspeita de ligação com o esquema de corrupção da Petrobras. Ele teria recebido mais de R$ 5 milhões em propina de contratos da estatal na África, recursos que teriam abastecido contas secretas de Cunha e familiares no exterior, que pagaram despesas de luxo.

No documento, Janot pede que, como uma das quatro contas encontradas na Suíça está em nome de Claudia e tem uma das filhas do deputado, Danielle Dytz da Cunha, como beneficiária, a investigação sobre elas fique a cargo do juiz federal Sergio Moro, em Curitiba, e não mais do STF.

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