O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, pediu demissão do cargo na tarde desta quinta-feira (16). O ex-deputado foi citado pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em delação premiada divulgada ontem. Henrique teria recebido propina no valor de R$ 1.550.000,00, entre os anos de 2008 e 2014.
O acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro revelou um esquema de pagamento de vantagens indevidas envolvendo parlamentares potiguares e o atual ministro do Turismo. Henrique, Garibaldi e Walter Alves (PMDB), além de José Agripino e de Felipe Maia, teriam recebido, segundo o delator, R$ 2,8 milhões em propina, por meio de doações oficiais.
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O maior beneficiário com o esquema no Rio Grande do Norte, segundo Sérgio Machado, foi Henrique Alves, atual ministro do Turismo. Entre 2008 e 2014, o ex-deputado federal recebeu R$ 1.550.000,00, doados por empresas contratadas pela Transpetro.
“eu o ajudei sempre por meio de doações oficiais, cuja origem eram vantagens indevidas pagas pelas empresas contratadas pela TRANSPETRO; QUE os encontros com ele eram sempre na TRANSPETRO; QUE quando era o caso de doações oficiais eu acertava com a empresa o montante, a semana que iria ser feita e comunicava a empresa para qual partido e político a doação deveria ser feita”, destaca Sérgio Machado na delação.
No final de maio, Henrique participou de evento político em Mossoró e negou que deixaria o Ministério do Turismo. “Acabei de voltar. Eu deixei antes, quando o PMDB rompeu com o Governo, disse ao presidente Michel, naquela época, que não tinha nascido Governo, eu tinha nascido PMDB. Fui o único a sair naquele momento. Michel, eleito, me convidou para assumir o Turismo, minha preocupação agora é com as Olimpíadas, que estão em cima, o mundo inteiro vai ver o Brasil. Tenho uma imensa responsabilidade. O grande legado que vai ficar do evento é o Turismo, que deixará renda, emprego. Esse é o meu desafio”, disse na ocasião.
Na época, Henrique havia sido mais uma vez citado em esquema de pedido de propina. Ele foi apontado pelo ex-deputado Pedro Corrêa como um dos peemedebistas que teriam participado de uma reunião onde foram pedidos US$ 18 milhões para apoiar a manutenção de Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró nas diretorias da Petrobras.
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