19 SET 2024 | ATUALIZADO 12:22
NACIONAL
Com informação do Estadão
21/06/2016 12:05
Atualizado
12/12/2018 10:52

Suiça investigou Henrique por lavagem de dinheiro e corrupção , diz jornal

Suspeitas sobre o ex-ministro foram encaminhadas para autoridades brasileiras, assim como o caso do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Josemário Alves

A Suíça declara que Henrique Alves (PMDB-RN), o ex-ministro do Turismo do governo de Michel Temer, é suspeito de crimes de "lavagem de dinheiro" e "corrupção passiva". Foi o que revelou o Jornal Estado de S. Paulo, em sua edição online na tarde desta terça-feira (21). O peemedebista foi obrigado a renunciar na semana passada, depois da divulgação da existência de contas secretas naquele país.

As autoridades suiças informaram que as investigações contra o presidente do PMDB no Rio Grande do Norte foram iniciadas em fevereiro de 2016, antes mesmo de assumir seu cargo no governo interino e as suspeitas sobre o ex-ministro foram encaminhadas para autoridades brasileiras, assim como o caso do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O Estado revelou em sua edição de sábado que os suíços transferiram ao Brasil todos os documentos e extratos bancários envolvendo Alves. Ele foi o terceiro ministro da gestão de Michel Temer a cair e, em uma carta, explicou que não queria criar "constrangimentos" para o presidente interino. Na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o executivo conta que deu propinas no valor de R$ 1,5 milhão para Alves, entre 2008 e 2014.

Na Europa, fontes próximas ao caso confirmaram com exclusividade ao Estado que Alves manteve uma conta com depósitos que variavam entre US$ 700 mil e US$ 1 milhão. O dinheiro está bloqueado, mas o banco não teve seu nome revelado.

"O Escritório do Procurador Geral da Suíça confirma a abertura de um processo legal em fevereiro de 2016 contra Henrique Eduardo Lyra Alves sob suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva", indicou o Ministério Público em Berna.

A investigação começou em Berna, sob a suspeita de que a conta tenha sido alimentada por recursos de propinas. A conta de Alves, porém, é uma das mais de mil contas hoje bloqueadas pelos suíços em seus bancos locais relacionadas com a Lava Jato.

Mas, para os suíços, o caminho adotado foi o mesmo seguido no caso do deputado Eduardo Cunha. Para a procuradoria suíça, não faria sentido processar o brasileiro, leva-lo a um julgamento em Berna e, em seguida, jamais conseguir sua punição. O Brasil não extradita seus nacionais.

A ideia negociada com os procuradores no Brasil foi a de transferir o caso para que Alves, agora, seja investigado e julgado no próprio País. Para os suíços, a transferência do caso também permitirá que a Justiça no Brasil possa agir de forma rápida para garantir que as provas e mesmo os recursos não sejam perdidos.  

" Diante do fato de que Henrique Alves ser um cidadão brasileiro, ele não pode ser extraditado para a Suíça ", explicou o MP. " Por esse motivo, a Procuradoria pediu em março de 2016 para que o processo seja transferido ao Brasil ", disse. " Isso seria feito para permitir que o caso pudesse ser investigado e julgado por autoridades brasileiras ", completou.

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