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NACIONAL
Da redação / Valor / PF
21/06/2016 12:26
Atualizado
12/12/2018 11:29

Organização criminosa pagou campanha de Eduardo Campos e Marina, diz PF

Segundo investigação, 18 empresas de fachada lavaram dinheiro proveniente de contratos com a Petrobras; OAS participaria do esquema
Polícia Federal

Por meio do compartilhamento de informações com inquéritos da Operação Lava-Jato em Brasília e Curitiba, a Operação Turbulência, da Polícia Federal, identificou que a organização criminosa que envolve 18 empresas de fachada lavou dinheiro proveniente de contratos com a Petrobras.

LEIA TAMBÉM: Ação da PF liga avião de Eduardo Campos a acusados de lavar dinheiro

Um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a compra do avião que caiu matando o ex-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) em agosto de 2014 pode ter servido para irrigar a campanha presidencial da chapa de Campos e Marina Silva em 2014, além da eleição para governador dele em 2010, de acordo com a Polícia Federal.

Segundo Andrea Pinho, delegada da PF em Pernambuco, pessoas acusadas na Lava-Jato podem ter usado o esquema para pagamento de políticos. Membros da organização criminosa, especializada em lavagem de dinheiro, efetivaram pagamentos à campanha de Campos no primeiro semestre de 2011. “Provavelmente, dívidas da campanha”, afirmou o delegado da PF, Daniel Silvestre.

Segundo o delegado, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), alvo da Lava-Jato, trabalhava para conseguir recursos para a campanha de Campos.

Em relação à campanha de 2014, a PF suspeita que a organização criminosa tenha sido usada para financiar a compra do avião que caiu em Santos, matando Campos e mais sete pessoas, em agosto daquele ano. O empresário João Lyra foi apontado como proprietário oficial da aeronave, mas a operação da PF identificou que, da conta dele, não saiu dinheiro suficiente para aquisição.

“Pessoas ligadas podem ter financiado a compra. São testas de ferro muito vinculadas aos principais envolvidas, laranjas e alguns sacadores.”, afirmou Andrea.

Até agora, a Operação Turbulência prendeu quatro empresários e um outro, Paulo César Morato, está foragido. A PF apreendeu três aeronaves, sendo dois helicópteros e mais US$ 10 mil. Das 18 empresas de fachada investigadas, 17 estão em Pernambuco e uma em Goiás.

Está ainda sendo investigada uma empresa no Uruguai, cujo endereço da sede é o mesmo de outras 180 empresas. Segundo Andrea, a empresa uruguaia repassava dinheiro por meio de emissão de títulos a beneficiários presos hoje pela PF.

OAS
A Polícia Federal suspeita que a empreiteira OAS possa estar envolvida no esquema da compra da aeronave usada por Campos.

Segundo a delegada Andréa Pinho, a OAS efetuou transferência de mais de R$ 18 milhões para conta de empresa de fachada chamada Câmara e Vasconcelos, com sede em Pernambuco. A empreiteira alega que os recursos seriam destinados a obras de terraplenagem para transposição do rio São Francisco.

A empresa é de propriedade de Paulo Cesar Morato, que está foragido.

Andrea disse que Morato seria um "testa de ferro" dos principais líderes do esquema criminoso de lavagem de dinheiro investigado pela Operação Turbulência, deflagrada nesta terça-feira. Os líderes seriam os empresários Apolo Santana, João Lyra e Eduardo Leite, todos presos hoje.

A Operação Turbulência apura um esquema de lavagem de dinheiro que ocorreu de 2010 para cá. Os recursos somam pelo menos R$ 600 milhões. As investigações iniciaram por conta dos questionamentos em relação à propriedade e compra do avião de Campos.

Dono do avião foi preso
A Polícia Federal (PF) prendeu o usineiro João Lyra e os empresários Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira, donos do avião usado pelo ex-candidato à presidente da República Eduardo Campos (PSB-PE), morto em 2014, no âmbito da Operção Turbulência, deflagrada nesta terça-feira. Também foi detido o empresário Arthur Roberto Lapa Rosal.

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