15 MAI 2024 | ATUALIZADO 23:16
POLÍTICA
Maricelio Almeida
21/07/2016 12:57
Atualizado
13/12/2018 05:39

?Não tenho medo de disputar com os nomes que estão postos?, diz Gutemberg

Dando sequência à série de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Mossoró, o destaque desta quinta-feira, 21, é o geólogo e ex-secretário municipal de Planejamento, Gutemberg Dias.
Amanda Nunes

Dando sequência à série de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Mossoró, o destaque desta quinta-feira, 21, é o geólogo e ex-secretário municipal de Planejamento, Gutemberg Dias. Na conversa a seguir, ele avalia a atual gestão, apresenta algumas propostas do plano de governo que será apresentado durante a campanha e é enfático ao afirmar que não teme o debate, nem a disputa com nomes como Francisco José Júnior e Rosalba Ciarlini. Acompanhe:

MOSSORÓ HOJE: Por que você decidiu, mais uma vez, colocar seu nome à disposição para a disputa majoritária em Mossoró?

GUTEMBERG DIAS: A sociedade mossoroense está buscando alguém que possa gerir a cidade de uma forma diferente. Eu tenho experiência na parte de gestão, hoje faço parte da Fundação Nacional de Qualidade, tenho uma empresa, tive a oportunidade de estar na gestão pública municipal, e vi que tem caminhos que podem ser trilhados dentro de um processo de gestão muito bem centralizada com base num planejamento estratégico. Por isso, colocamos nosso nome à disposição e, mais recente, o PT adotou essa pré-candidatura. Vamos para as ruas discutir projetos para a cidade de Mossoró.

MH: Quais são os principais problemas que você identifica na cidade hoje?

GD: São vários os problemas. Na saúde, por exemplo, temos um problema seríssimo. Mossoró tem hoje um investimento na ordem de 32% do orçamento na saúde, mas a população não tem uma percepção da qualidade da saúde. A gente enxerga que os investimentos acontecem, mas na média e alta complexidade, temos que trazer esses investimentos de volta para atenção básica, que é onde a população está, no bairro, quer um posto de saúde funcionando com qualidade, com médico, enfermeiro. Na saúde, há recursos próprios da União, que investe o que é constitucional, os 15%, por isso enxergo que vamos conseguir, dentro de um projeto de amplitude nessa área, fazer com que a atenção básica volte a funcionar na cidade de Mossoró.

MH: Você tem dito que também houve avanços nessa e em gestões anteriores...

GD: Olhando agora, o governo que está presente, temos um avanço no sentido de uma abertura na gestão. A Secretaria de Planejamento, por exemplo, sempre foi relegada. Depois que assumimos a secretaria, apresentamos ao prefeito algumas melhorias que foram aceitas, isso é um ponto de avanço. Na saúde, houve a abertura da UPA do bairro Belo Horizonte, foi um avanço, considero que poderia ter sido feita de forma diferente, mas foi avanço. No Governo de Fafá houve vários avanços na parte de infraestrutura, quando Mossoró aproveitou o boom de crescimento do Brasil. Rosalba também tem sua parcela de contribuição. Todas as gestões trouxeram benefícios para o município, porém nenhuma teve o cuidado de planejar o futuro econômico do município.

(Foto: Amanda Nunes/MH)

MH: Como você avalia os nomes que já estão postos, dos seus futuros concorrentes ao pleito de 2016?

GD: Cada um tem uma visão diferente do que é gestão pública, do que quer para Mossoró. No embate de ideias, temos muito que discutir com essas pessoas. Tião é um nome novo, acredito que traz com ele também um partido (PSDB) que termina não ajudando muito, devido ao distanciamento com o trabalhador. O prefeito Francisco José Júnior está com uma avaliação que não é muito boa, isso está claro por onde andamos, sempre tem esse retorno da população, dizendo que não concorda com a forma de gestão do atual prefeito. Rosalba foi prefeita três vezes, já apresentou o que podia, trabalhou muito em cima de obras que tem fachada, Mossoró hoje não precisa mais dessas obras, precisa ter uma reformulação no seu processo de gestão pública. Mossoró está precisando de alguém que trabalhe para o futuro. O professor Josué vai para a sua terceira eleição, acredito que é um nome bom, faz uma discussão do que é a cidade.

MH: Você citou em alguns momentos o fato de ter sido secretário de Planejamento. Não há uma contradição em ter integrado a administração e agora se colocar como adversário do atual prefeito?

GD: O processo político é isso. Digo muito que, todo esse tempo que passamos na gestão, sete meses, as ideias que colocamos foram as que colocaríamos em qualquer outro governo. O que foi possível ser apresentado, colocado em prática, foi para atender à população mossoroense. Infelizmente nós temos barreiras. O gestor é quem define, as ideias vão até onde o gestor considera elas aplicáveis. Nós, dentro da administração do prefeito Francisco José Júnior, também tivemos essa barreira, fomos até um certo ponto, e olhando nesse sentido é que decidimos que o melhor seria colocar o nosso nome como pré-candidato.

MH: Você vai enfrentar grandes estruturas. Não há receio do resultado que possa vir das urnas?

GD: Não tenho. Estamos disputando ideias, projetos. Não acredito que devam ser discutidos nomes, mas sim o que esses candidatos têm de projetos para a cidade. Nesse sentido, não tenho medo nenhum de disputar uma eleição com os nomes que estão postos, seja Rosalba, que já foi ex-governadora, ex-prefeita; o prefeito Francisco José Júnior, Larissa Rosado. Nós estamos alicerçados em uma discussão sobre a cidade.

MH: Para finalizar, quais propostas você pretende defender quando iniciar a campanha?

GD: Na saúde, pretendemos fortalecer a atenção básica, temos que reverter esse quadro, mas pela base, não por cima. A questão do turismo é o que a gente enxerga claramente aqui em Mossoró, nós perdemos um time quando foi colocado o Polo Costa Branca. O turismo precisa ser trabalhado de uma forma mais estratégica. A educação, a gente vê que a educação possui vários equipamentos, mas nós temos que democratizar o processo de educação na cidade. As escolas, por exemplo, precisam ter eleições diretas para diretores. Na segurança, Mossoró possui hoje uma Guarda Civil com quase 300 homens, precisamos fazer com que essa Guarda se aproxime da população. A efetividade das BICs ainda é pequena nesse sentido. São ações desse tipo que queremos discutir no processo eleitoral.

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