Neste sábado, 9, recebi uma ligação telefônica de um professor amigo da UERN (não autorizou divulgar o nome) se mostrando preocupado com quadro de violência no RN. Queria saber quem são estas pessoas que estão matando e quem são estas pessoas que estão sendo assassinadas. Qual a motivação?
“Fico impressionado com os seus anúncios: Tirinete de bala em Mossoró. Logo em seguida informa o nome e a idade da vítima”, disse o professor a este repórter, ao justificar as suas perguntas.
Primeiro, gostaria de agradecer pela leitura do professor ao meu Twitter. Obrigado aos demais leitores também.
Professor, vou contar uma história verdadeira e sem meias palavras. Vou ser direto, curto e grosso.
Se existisse policiais civis suficientes e estrutura de trabalho, com apoio pericial, o assassino de Renato da Costa Alves, 20 anos, morto a tiros no dia 19 de março de2015, no bairro Santo Antônio, teria sido preso e Nerielton Gomes da Silva Pinheiro, de 18 anos, não teria sido assassinado no dia 4 de abril na frente da mãe Cleonice Borges, no mesmo bairro.
E se existisse policiais civis suficientes e estrutura pericial, o assassino de Nerielton teria sido preso e o estudante Gabriel Lopes Mesquita, de 18 anos, não teria sido assassinado no dia 5 de abril, na frente da namorada, na praça Bento Praxedes, no Centro de Mossoró.
Neste último caso, ninguém na rua, da polícia ou até a imprensa pode alegar que não sabe quem matou Nerielton Gomes da Silva Pinheiro, de 18 anos. Foi dito aos gritos no meio da rua. Eu gravei e confirmei com os vizinhos.
Quem desejar, pode assistir o vídeo AQUI ou ACIMA.
Nobre professor, o promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro me contou que quem se envolve com drogas ou traficantes não passa dos 22 anos. E esta matança fora de controle termina por tirar a vida de inocentes, destruir famílias, como foi o caso de Gabriel Lopes, que não tinha qualquer envolvimento, mas foi morto.
Concordo com Armando Lúcio, que também é professor da UERN e já se aproxima de mil Tribunal do Júri Popular. Conhece bem o cenário. Olha no olho de quem mata, de quem tem coragem de tirar a vida de uma pessoa há mais de 20 anos. Discute as leis e cobra sua aplicabilidade aos criminosos. Costuma dizer que não é promotor de acusação e sim de Justiça. Pois com o mesmo tom que pede a condenação, pede a absolvição quando não vê provas contra o réu.
A motivação dos crimes, em geral, professor, é de uma banalidade que beira ao absurdo! Perdemos a capacidade de perdoar ao próximo e alimentamos o desejo de vingança ao extremo. Não respeitamos a família e, pior, a vida. Há poucos dias assistir um Tribunal do Júri onde a vítima havia sido morta a machadada devido a um copo de cachaça. Teve um carteiro que foi assassinado no Bom Jardim porque "ousou" olhar a cara do vizinho.
Portanto, professor, tem alguns que lutam para se manter vivos indo rezar na igreja e outros se trancam dentro de casa.
CURTAS