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Retratos do Oeste
30/01/2016 21:43
Atualizado
13/12/2018 06:34

Uma Resposta Simples

A sensação de insegurança e a formatação da realidade de conveniência

Por Ivenio Hermes

O RN vive uma nova era de transparência em informações estatísticas e no uso de análises criminais, estudos de caso, aferição de indicadores, com investimentos em inteligência policial, criminal e tecnologia de informação, que integradas geram subsídios para a Secretaria Estadual da Segurança Pública e da Defesa Social – SESED desenvolver políticas de segurança fundamentadas e que não desperdiçam o erário público.

Há anos não haviam tantas e tão exitosas operações policiais em todas as áreas, por exemplo:

- A DEHOM, que agora é DHPP (saindo de uma estrutura de delegacia especializada para uma divisão onde a proteção à pessoa terá mais evidência) soluciona casos com celeridade e realiza prisões de homicidas, rompendo o ciclo de impunidade arraigado no RN;

- A Coordenadoria de Projetos para a Cidadania, realizou estudos técnicos e fundamentou o lançamento do projeto Ronda Cidadã nos bairros da AISP 4, Petrópolis, Praia do Meio e Mãe Luíza, sendo este último, um bairro impregnado pela violência simbólica, uma violência que submetia seus moradores à uma condição de preconceito fazendo com que muitos pagassem pelo que pouquíssimos faziam. Integrando a PCRN com a PMRN, numa atuação empenhada do Cap. Fabio Sandrinne e sua equipe, cuja preocupação diária com os resultados tem levado esses bairros para uma fase de pacificação, onde o RN não só resgata a cidadania daquela região, como também irradia essa sensação para além dos limites geográficos daquela área;

- A PMRN, envolvendo todos os grupos especializado e policiais que atuam no cotidiano fazendo seu melhor, tem obtido grande sucesso em recapturar foragidos, realizar prisões e detenções de criminosos, evitando embates policiais quase impossíveis, e dentro do universo dos que acontecem, poucos resultam em mortes de criminosos, pois toda a ação é desencadeada após análises e sob um direcionamento previamente estudado;

- As especializadas da PCRN e as delegacias distritais, têm reduzido o número de criminosos que antes eram pouco investigados, realizando operações como nunca antes foram vistas no RN em tão pouco tempo;

- Em Assu, após anos sem uma resposta digna, o Delegado Carlos Brandão, o Chefe de Investigação Creedence Santana e o restante da equipe, colocaram um freio na marcha de assassinatos que se elevava. A equipe de Assu, prendeu um grupo de pistoleiros de aluguel responsável por dezenas de assassinatos e que ainda ceifariam muitas vidas se não fossem detidos;

- O Corpo de Bombeiros Militar do RN, além de atuarem de forma exemplar em sua missão precípua de salvar vidas, ainda age como coadjuvante no combate aos homicídios, fazendo vistorias técnicas em bares, restaurantes e locais públicos mapeados como áreas sensíveis, ou seja, com maior suscetibilidade à ação criminosa;

- O Rio Grande do Norte reduziu os crimes violentos letais intencionais, deixando de se preocupar apenas com homicídios, mas procurando deter todo espectro que desencadeia as mortes matadas intencionalmente. Vamos relembrar alguns números:

 

1) CVLI no RN:

2014= 1774 CVLI

2015= 1663 CVLI

Redução 6,3% ou 111 vítimas a menos que no ano anterior;

 

 2) CVLI em Natal:

2014= 591 CVLI

2015= 505 CVLI

Redução 14,6% ou 86 vítimas a menos;

 

3) CVLI em Mossoró:

2014= 193 CVLI

2015= 163 CVLI

Redução 15,5% ou 30 vítimas a menos.

Pouco se falou desse grande feito que foi a redução das mortes matadas. É como observar a imagem acima e não enxergar as 111 pessoas que estão nela, ou como enxergar esse grande salão vazio…

Contudo, uma parte da mídia que não compreende que somente tem acesso às informações sobre a criminalidade porque a SESED não oculta esses números. E desde 2015, os números obtidos são mais fidedignos, resultado do cuidado de uma equipe de analistas que pesquisa, coleta, compara e consolida dados todos os dias para não deixar nada sem registro.

 

“Para dar continuidade à política do Canal 40 de trazer a vocês as últimas notícias sobre sangue e miolos, vocês verão outro primor: uma tentativa de suicídio”. Christine Chubbuck

 

O sensacionalismo, o exagero, a parcialidade sutil e tendenciosa que “deforma” opiniões e atrofia a evolução social, embora sejam práticas comuns no Brasil, não é uma exclusividade brazuca. Nos Estados Unidos, o jornalismo formatado para lucrar enfocando o lado ruim, teve no Canal 40 da cadeia WXLT (atualmente, WWSB/Canal 7), um retorno midiático tão lucrativo que a direção do Canal resolveu direcionar a pauta de todos os jornais e programas, até aqueles que eram mais equilibrados.

A onda de negativismo ajudou a aumentou a riqueza dos diretores e o pânico das pessoas, até que na manhã de 15 de julho de 1974, a jornalista Christine Chubbuck, de 29 anos de idade, e dona de seu próprio programa de televisão, cansada da pressão que sofria para direcionar seu jornalismo, chocou seu público, quando, após pronunciar as palavras da citação acima ao vivo, disparou um tiro atrás da orelha. Bem diante das câmeras Christine caiu desfalecida e morreu horas depois em um hospital local.

A Secretaria Estadual da Segurança Pública e da Defesa Social – SESED, na gestão da Secretária de Estado, Delegada Kalina Leite, empreende esforços diariamente contra o crime, contra os recursos diminutos, contra a máquina engessada do Estado e contra um seguimento da mídia, que auxilia a promover a sensação de insegurança, o pânico público e a percepção de o criminoso está à vontade para agir.

Se houvesse mais compromisso com a paz, deveriam ter ocupado as primeiras páginas dos jornais e blogs, difundido amplamente nas redes sociais de que houve redução de crimes violentos letais intencionais no RN em 2015, e a gestão atual deveria  ser lembrada como a primeira que logrou êxito em reduzir o número de assassinatos no RN após 8 anos de vertiginosa elevação, e ainda, a que corajosamente “abdicou” da exclusividade da posse das informações da violência letal intencional e da criminalidade, repartindo-a com a sociedade para juntos promoverem ações para a reconquista da paz.

Talvez alguém ache essa análise prejudicada por este escriba estar contribuindo com a atual gestão, contudo, para corroborar meu argumento, resgato rapidamente um exemplo de como algumas mídias divulgam a insegurança, a violência…

No caso dos assaltantes que fizeram reféns em uma livraria, não se enfatizou o sucesso do trabalho da PMRN, negociando, libertando reféns, prendendo criminosos. Não houve entrevista com os policiais militares parabenizando-os pelo êxito em evitar perdas patrimoniais e de vidas. Pelo contrário, a evidência foi na divulgação do pânico, foi dado enfoque aos possíveis resultados ruins e ao ponto de vista do “aumento da sensação de insegurança”.

Não se pretende sugerir aqui, observem, a criação de uma sociedade que esconda suas mazelas, mas não se deve supervalorizar um lado ou um aspecto importante em detrimento de outro tão importante quanto. Ainda bem que no Rio Grande do Norte temos jornalistas e jornais que mostram os fatos com equilíbrio, abordando a violência no sentido de sugerir soluções, de debater o tema para obter relevantes opiniões que auxiliem a sociedade.

Para os que indagam por que há tanto pânico e medo se há tanto esforço e dedicação na redução da criminalidade, eis uma resposta simples, aliás a mais simples delas, para que todos entendam: é que a atual gestão vem sendo acusada por dezenas de mazelas que surgiram há tempos, nas gestões anteriores, como os anos sem planejamento que culminaram com a redução do efetivo policial, um problema que se agravou ainda mais na administração anterior que nada fez, a não ser aquilo que lhe foi imposto por força jurídica. A gestão atual é herdeira de problemas de falta de indicadores de criminalidade, da falta de confiança fundamentada na ausência de transparência e de diálogos, de mecanismos de controle de produtividade, e muitos outros que vem sendo trabalhados para que as soluções encontradas transformem essa herança em um legado que possa ajudar a seguir pavimentando um caminho de paz.

É preciso integrar forças e não tentar enfatizar o lado ruim ou culpar quem não tem culpa, cujo esforço pelas soluções vem acontecendo, mesmo não sendo na quantidade e na forma que todos querem. Aqueles que somente acusam, ajudam a retroalimentar a violência, inocentando quem abandonou a segurança pública do RN por tanto tempo, provocando o enfraquecimento gradual das instituições de segurança e fundamentando a insegurança que se instaurou paulatinamente no Estado Elefante.

Vincit omnia veritas!

HERMES, Ivenio. Uma Resposta Simples. 2016. In: Portal Luis Nassif 29 jan. 2016. Disponível em http://bit.ly/1UyNlyC

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