26 ABR 2024 | ATUALIZADO 15:33
POLÍTICA
Da redação
06/05/2015 06:48
Atualizado
12/12/2018 17:03

Eduardo Cunha é alvo de operação de busca da PF na Câmara

Com autorização do Supremo, policiais apreenderam registros do sistema de informática da Câmara que armazenam informações sobre autoria de projetos e requerimentos. Diligência faz parte das investigações contra o deputado na Lava Jato
Internet

A Polícia Federal, na manhã de ontem (05), fez busca e apreensão, no cabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Vunha (PMDB-RJ), de diversos registros do sistema de informática da Câmara. A busca foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo uma solicitação do procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Cunha é alvo de inquérito que apura se ele foi beneficiado com recursos desviados da Petrobras. O deputado aguarda julgamento de recurso que tenta trancar a investigação, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Nesta semana, Janot afirmou em outro documento enviado ao Supremo, para rebater o recurso que pede arquivamento da apuração, que há "elementos muito fortes" que justificam a continuidade do inquérito contra o presidente da Câmara.

O procurador explicou que os fatos apurados vem sendo "reforçados", citando reportagem da "Folha de S.Paulo" sobre a origem do requerimento que pressionou Toyo e Mitsui. Segundo a delação premiada de Alberto Youssef, o requerimento foi usado para pressionar pela manutenção do pagamento de propina ao PMDB.

No documento, Janot considera "despropositada" a versão apresentada por Eduardo Cunha de que houve fraude para atribuir a ele apresentação de requerimentos protocolados pela ex-deputada Solange Amaral (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito.

Para Janot, a reportagem da Folha "demonstra a imprescindibilidade de que as investigações continuem, visando o esclarecimento total e completo dos fatos".

Como aconteceu em outros inquéritos da Lava Jato, o ministro Teori Zavascki também prorrogou por mais 60 dias o prazo das diligências do inquérito contra Cunha. Agora, 22 dos 26 inquéritos terão mais dois meses para prosseguimento na coleta de provas.

O advogado de Cunha, Antonio Fernando de Souza, confirmou ao jornal a ação de busca e apreensão, mas a minimizou. Autor da denúncia do mensalão no Supremo, quando era o procurador-geral da República, Antonio Fernando criticou a decisão do Ministério Público em relação ao seu cliente. “Isso não tem a menor relevância no contexto do inquérito e não altera nenhum quadro. Eles queriam as informações de informática e foram dadas. Houve uma precipitação do Ministério Público porque, se eles tivessem pedido, seria entregue porque não há nada a esconder”, alegou.

Autoria
Na semana passada, reportagem da Folha de S.Paulo detectou no sistema oficial da Câmara que o nome do peemedebista consta como “autor” dos dois arquivos em que foram produzidos os requerimentos assinados por Solange. No mesmo dia em que a reportagem foi publicada, Cunha exonerou o chefe da área de informática da Casa.

Pressão
Segundo Youssef, a pressão ocorreu por causa de interrupção no repasse dos pagamentos ao PMDB, motivada pela suspensão da comissão paga pelas duas empresas a Camargo. Conforme o doleiro, relata O Globo, Cunha pediu “a uma comissão do Congresso para questionar tudo sobre a empresa Toyo, Mitsui e sobre Camargo, Samsung e suas relações com a Petrobras, cobrando contratos e outras questões”. “Este pedido à Petrobras foi feito por intermédio de dois deputados do PMDB”, acrescentou.

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