19 ABR 2024 | ATUALIZADO 15:04
Entrevista
Cézar Alves
16/05/2015 08:51
Atualizado
13/12/2018 06:08

Muitos já se fala nas possíveis candidaturas e esquecem de ajudar nossa cidade

Em A Entrevista, o presidente da Câmara Municipal fala de seu ingresso na politica, na sua contribuição para a vitória de Robinson e pede a união de todos para o Estado e Mossoró superar a crise econômica, que segundo ele, é nacional
Valéria Lima

Ex-datilógrafo da Secretaria Estadual de Educação, Jório Régis Nogueira, está hoje no seu quarto mandato de vereador, é o presidente da Câmara Municipal de Mossoró (CMM) e o atual presidente da Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte (FECAM).

Não nega quando perguntado. É amigo pessoal do governador Robinson Faria (PSD) e aliado forte do prefeito Francisco José Junior (PSD), em Mossoró. Entre outras colocações em A ENTREVISTA, Jório Nogueira (PSD) contou como entrou na política, explicou porque achou tão bom ter perdido a eleição por 9 votos em 2004 e o fato de ter mudado três vezes de partido, comentou sobre as vitórias e as dificuldades da gestão do governador Robinson Faria e do prefeito Francisco José Junior.

Pede união da classe política, da sociedade e de todos os seguimentos em prol da gestão pública. Disse que o governador e o prefeito estão bem intencionados, porém estão sendo vítimas de uma crise nacional, que os deixaram sem condições de atender os anseios da população.

Segue-a,

 

MOSSORÓ HOJE - Comente um pouco do seu ingresso na política, presidente!

JÓRIO NOGUEIRA - O ingresso na política surgiu a partir do momento que meu pai queria um sucessor e veio a ideia de me lançar candidato a vereador de Mossoró ainda na década de oitenta.

O que o saudoso radialista e vereador Aldenor Nogueira, seu pai, que também foi ex combatente da segunda guerra mundial, viu no filho, no caso o Sr., para ser o sucessor dele no Poder Legislativo?

Meu pai percebeu que eu tinha espírito público, gostava de fazer discurso e sempre estava acompanhando a política, procurando ajudar de alguma forma as pessoas. Foi daí que ele percebeu que eu poderia ser o seu sucessor. Daí entramos na política.

Como foi no começo?

Participei da força jovem na primeira eleição de Rosalba Ciarlini, em 1988. Foi daí que começou toda a minha história. Além do apoio do meu pai, também recebi o apoio muito importante dos amigos, do empresário José Maria Viana, na época dono de uma famosa butique em Mossoró chamada de Gorete Modas. Fui eleito vereador e até hoje estou trabalhando em benefício de Mossoró, hoje como presidente do Poder Legislativo.

De 2004 a 2008, o senhor ficou sem mandato. O que aconteceu?

Para mim foi o melhor negócio do mundo ter ficado sem mandato de 2004 a 2008. Fiquei sem mandato e foi muito bom. Já tinha tido dois mandatos e foi neste período que teve o problema do Sal Grosso (novembro de 2007), naquela época, mesmo sabendo da inocência, vários vereadores foram envolvidos e estão aguardando para serem julgados podendo ser condenados inclusive criminalmente. Naquela época, todos que estavam com mandato, foram envolvidos. Parecia que Jesus havia guardado este momento para que eu ficasse fora da Câmara e apreendesse com isto e apreendi. Daí eu retornei. Fui eleito em 2008. Lembro que havia ficado fora em 2004 por uma diferença de 9 votos. Voltei com mais experiência e com mais responsabilidade. Eu tive a experiência de dois mandatos e tive a experiência de ficar fora. E isto foi muito bom para meu crescimento pessoal e político e até hoje estou à disposição dos mossoroenses.

 

Presidente, nas eleições de 2012, os eleitores já sinalizaram interesse numa mudança no comando dos governos municipal e estadual. Em 2014, isto se comprovou com a eleição de Robinson Faria e do então vereador Francisco José Junior para prefeito em Mossoró numa eleição suplementar contra grandes grupos políticos tradicionais. Como o senhor interpreta este momento político vivenciado em Mossoró?

 

O senhor foi eleito 1988 pelo PSB, que hoje é do Grupo de Sandra Rosado. Perdeu as eleições em 2004 por 9 votos. Em 2008 retornou ao poder Legislativo pelo PDT e já em 2012, o senhor se reelegeu pelo PSD. Porque mudou tanto de partido?

Na verdade, Cézar Alves, a gente ver o seguinte. Política é muito cobrado a questão da fidelidade partidária. Você faz um trabalho para o partido. É leal com o partido e muitas vezes o partido não é leal com seus filiados. É preciso que aqueles que estejam à frente dos partidos também sejam corretos, justos e leais com os filiados do partido. É preciso seguir o mesmo raciocínio. Na época, década de oitenta, eu fui para o PSB a convite do então deputado estadual Francisco José, que quando foi candidato a vice-prefeito de Mossoró na chapa que tinha a frente a ex deputada Sandra Rosado, me convidou para sair candidato a vereador pelo PSB. Depois veio a mudança na legislação eleitoral (Lei de Fidelidade partidária). Logo após quando houve esta mudança, eu vi que não estava tendo espaço no PSB e procurei outra legenda. Aí veio a minha filiação ao PDT, que na época estava sendo convidado várias lideranças políticas e empresariais de Mossoró para ingressar e formar um bloco político forte. Entre os convidados estava o empresário Rutilo Coelho, o vereador Claudionor, o ex-vereador Tomaz Neto, o vereador Ricardo de Dodoca, Paulo Fernandes, Carlinhos Silveira, entre outros nomes igualmente importantes. Daí conseguimos eleger três vereadores em 2008. Fiquei algum tempo no partido e aí surgiram algumas divergências. Daí surgiu uma nova sigla, o PSD. O prefeito Francisco José Junior, que estava indo para o PSD, me convidou. Me filiei ao partido e foi quando eu conheci o atual governador Robinson Faria. Tudo teve um motivo. Hoje graças a Deus o partido tem sido muito correto comigo. Temos uma convivência muito boa tanto como prefeito Francisco José Junior como com o governador Robinson Faria.

 

O governador Robinson Faria e o prefeito Francisco José Junior assumiram respectivamente o governo do Estado e a Prefeitura de Mossoró num momento de crise, daí não tem conseguido especialmente recursos para enfrentar com mais força a questão da violência, a reestruturação da educação e prestar bons serviços de saúde. O que o governador Robinson Faria precisa ou pode fazer para atender aos anseios da população?

 

Sobre as dificuldades para manter funcionando a estrutura de saúde em Mossoró?

Sobre a saúde pública em Mossoró, é preciso reconhecer o esforço do prefeito Francisco José Junior. É preciso destacar a coragem de encarar uma situação grave, com uma dívida milionária, com poucos recursos em caixa e fazer funcionar. Ele assumiu que iria abrir a UPA do Belo Horizonte. Abriu e o fez em sua forma ampliada. Tem quatro médicos por dias e faz atendimentos ortopédicos de 14 às 22 horas. Ajustou as outras duas UPAs, que antes quase sempre estavam sem médicos e agora tem 4 em média por dia. Isto é só para exemplificar, pois temos outros serviços novos e outros sendo reajustados pela Secretaria de Saúde. É suficiente? Não. Somos conscientes que seria preciso mais. Muito mais. Temos pessoas fazendo filas nas UPAs por atendimento devido a estas viroses que estão aparecendo agora. Mas é inegável que está havendo um esforço e avanços. Agora, o que é preciso é o governo municipal firmar e fortalecer parceria com o governo do Estado. Inclusive, quando conversamos sobre a questão da saúde, Francisco José Junior falou que ia conversar com o governador Robinson Faria para fazer uma parceria para comprar medicamentos, equipamentos e ampliar os serviços ofertados a população.  

 

Mesmo assim, existe uma crítica ácida, forte sobre o governo Francisco José Junior partindo da oposição. Na sua opinião, do ponto de vista global, o que é possível ser feito tanto na esfera municipal como estadual?

A questão da união, que já destaquei acima. Muitos já se falam nas possíveis candidaturas em 2016 e estão esquecendo de ajudar nossa cidade. Estão vendo só eles. Acho que na cidade tem políticos competentes, apesar de estarem sem mandatos. Tem, por exemplo, a ex deputada Sandra  Rosado. Tem também a ex deputada Larissa, que está sem mandado, mas que tenho grande respeito, tanto por ela como pela mãe. Tem também o ex deputado Leonardo Nogueira, a ex-prefeita Fafá Rosado, a ex-governadora e ex-prefeita Rosalba Ciarlini. São nomes que virão para o tabuleiro político de 2016. Nomes que já contribuíram muito com a cidade de Mossoró. E acho que hoje não existe só o nome Rosado. Deveriam esquecer isto. Acho que qualquer um nome, sendo Chico, João, Rosado, Moura, Nogueira que esteja disposto a ajudar a cidade, que futuramente venha a se candidatar, pode muito bem receber o apoio dos Rosado. Nós não somos obrigados a votarmos só neles, apesar de já termos votado. Agora qual o problema dos Rosado de votar num nome que não seja Rosado? Nenhum. A minha mensagem é que, neste momento de crise, todos se unam por Mossoró, que todos possam neste momento de muita dificuldade contribuir para que Mossoró supere esta crise. Também ajudar ao governador Robinson, cada um com sua experiência, sua sugestão, e junto contribuir com o Rio Grande do Norte, com Mossoró. A minha mensagem é de união.

 

Para finalizar, o senhor é hoje presidente da Câmara Municipal de Mossoró e presidente da Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte, o que naturalmente lhe projeta numa possível disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa ou até mesmo na Câmara Federal, quem sabe até para Prefeito de Mossoró. Faço este comentário considerando que na eleição passada Mossoró ficou com apenas um representante na Câmara Federal, o Beto Rosado, e nenhum na Assembleia Legislativa do RN. Ou seja, tem espaço. O nome de Jório Nogueira está à disposição? Jório Nogueira está disposto? Este é objetivo de Jório?

Eu sempre tive a humildade. Nunca um cargo me fez uma pessoa que possa pensar que sou melhor que outros. Sempre tive e sempre usei a sandália da humildade. Hoje estou como vereador, estou como presidente da Câmara e estou como presidente da FECAM, representando todas as câmaras do Rio Grande do Norte. Isto em nenhum momento me fez diferente. Continuo com o mesmo pensamento. Me orgulha muito está ocupando estes três cargos. Mas isto faz com que eu fique mais fortalecimento politicamente. As pessoas reconhecem meu trabalho. Porém, ressalto, o meu maior objetivo é sair da política com as mãos limpas e com cabeça erguida. Que eu possa concluir este mandato, não estou dizendo aqui que não vou concorrer à reeleição, que eu vou. Deixar claro que quando eu deixar a política que eu vá para minha casa, com minha consciência como político e como cidadão que meu compromisso como político e como cidadão foi cumprido. Sobre a minha projeção política...

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário