23 SET 2024 | ATUALIZADO 08:14
MOSSORÓ
Amanda Nunes
06/08/2016 05:20
Atualizado
14/12/2018 03:50

Sedentarismo é um dos fatores para maior incidência de obesidade infantil

Crianças têm preferido a tecnologia, deixando de lado brincadeiras tradicionais, como bicicleta, patins, futebol. Mudanças em hábitos alimentares também preocupam
Getty Images
A obesidade tem afetado uma boa parcela da população. Impressiona o número de crianças que estão sendo vítimas desse mal. São vários os fatores que indicam esse crescimento, muitos deles ligados diretamente aos hábitos alimentares que os pais estabelecem aos pequenos e ao sedentarismo entre as crianças, que têm preferido a tecnologia, deixando de lado brincadeiras tradicionais, como bicicleta, patins, futebol.

De acordo com a endocrinologista Izabel Pinheiro, os índices de obesidade infantil no Brasil vêm crescendo de forma assustadora. “No Brasil, cerca de 15% das crianças estão acima do peso. Na região Nordeste, observa-se 28% das crianças entre 5 e 9 anos acima do peso, bem como 16% das crianças entre 10 e 19 anos, sendo o Rio Grande do Norte um dos estados com maior prevalência”, destaca.

No Brasil, cerca de 15% das crianças estão acima do peso
No Brasil, cerca de 15% das crianças estão acima do peso

Segundo a especialista, os números estão crescendo devido às mudanças de hábitos alimentares e também pelo fato da grande ingestão de produtos industrializados, considerados os mais práticos. “Vivenciamos mudanças de hábitos alimentares, com consumo excessivo de produtos industrializados e hipercalóricos.  Além disso, a taxa de sedentarismo entre as crianças também é ascendente: bicicleta, patins, bola e pega-pega vêm perdendo espaço para televisão, computador e tablet”, explica ela. 

Para Jéssica Nunes, mãe de Armando Neto, 9 anos, as surpresas nos exames começaram ainda quando ele tinha 4 anos, quando foi diagnosticado com obesidade infantil, e as taxas elevadas de colesterol e triglicerídeo. Já nessa idade ele saiu da faixa normal do peso e altura.

“Quando soubemos, a nossa maior preocupação era que desencadeasse problemas cardíacos, de hipertensão, porque ele é um paciente que se encaminha pra isso. Mas, não apresentou e nem foi necessário uso de medicação, tendo em vista que o metabolismo infantil facilmente se adequa às mudanças dos bons hábitos alimentares”, comenta Jéssica.

A mãe explica que diante do quadro, a maior dificuldade foi a implementação de uma dieta restrita. A rigidez dos horários, e imposição de comer porções limitadas em horários específicos acarretou outro problema, o psicológico. Armando precisou de terapia e nas sessões nunca falou a medica que fazia dieta.

“Todas essas mudanças geraram uma frustração na criança, a obesidade pode acarretar problemas cardíacos, hormonais, estéticos mas também problemas psicológicos, na parte de relações ele apresentou baixa autoestima, medo de ser gordo. Com o tratamento, alimentação saudável e prática de exercícios ele emagreceu e hoje já se aceita fisicamente”, finaliza a mãe

A especialista Izabel Pinheiro afirma que as medidas não precisam ser radicais e geralmente as crianças têm fácil aceitação nas mudanças, desde que toda família colabore. “O tratamento é baseado em mudança de estilo de vida. Estimular atividade física entre as crianças, com brincadeiras ao ar livre e com a prática regular de esportes. Reeducação alimentar, estimulando o consumo de frutas, legumes, verduras, leite, ovos, carnes, iogurtes naturais, dentre outros”, explica.

A médica finaliza relatando que na grande maioria dos casos, a obesidade relaciona-se com fatores ambientais e o manejo será somente com a correção alimentar e atividade física. Nos casos em que se detecta alguma doença que pode implicar em ganho de peso, como alterações hormonais, compulsão alimentar ou ansiedade grave, o tratamento farmacológico é considerado. “Além disso, a criança pode procurar avaliação por obesidade, mas acabamos detectando e tratando possíveis complicações associadas, como diabetes, hipertensão e/ou distúrbios no colesterol”, conclui.

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