20 ABR 2024 | ATUALIZADO 22:33
POLÍTICA
Hermes Castro
25/05/2015 19:22
Atualizado
13/12/2018 03:34

Cunha atropela comissão e leva reforma política ao plenário

Presidente da Câmara afirmou que a reforma política será votada diretamente no plenário da câmara, sem levar em conta o que foi discutido na comissão especial
Internet

O presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na tarde desta segunda-feira (25), atropelou a comissão especial que foi formada para debater e elaborar um relatório sobre a reforma política e em uma manobra política, esvaziou a comissão não permitindo nem ao menos a elaboração do relatório final.

Cunha afirmou que a reforma política será votada diretamente no plenário da câmara, sem levar em conta o que foi discutido na comissão especial. A intençao de presidente é votar a proposta isoladamente cada tema. A proposta começará a ser votada amanhã (26) no plenário da Câmara.

Entre os principais temas da reforma, encontra-se a reeleição, financiamento de campanha, mandato e sistema de voto.

O relator da comissão, depitado Marcelo Castro (PMDB-PI) ainda tentou elaborar um relatório, apresentar, discutir e aprová-lo na comissão. "Foi isso que tinha sido acordado anteriormente na criação dessa comissão. No entanto, numa medida extremamente ditatorial do presidente, não foi possível concluir nosso trabalho", afirmou Castro.

A crise entre Eduardo Cunha e Marcelo Castro começou na semana passada, quando Castro apresentou a sugestão de alterar o mandato de senador para dez anos. Isso gerou uma reação negativa em Cunha, que chegou a dizer que seria preferível não votar nenhum relatório elaborado pela comissão. "É uma falta de perspicácia política você querer impor o tamanho do mandato ao Senado, é até uma falta de inteligência política", alfinetou Cunha.

Papel de bobo
"Fizemos papel de bobo. Três meses trabalhando arduamente e não vamos votar o relatório, que já está pronto há 20 dias. O relatório era só 99% do que ele (Eduardo Cunha) queria. Mas ele queria 100%, desabafou Marcelo Castro. Segundo Castro, todo o esforço de toda a comissão foi jogado no lixo.

"Sequer fui comunicado de nenhuma decisão contrária. Não fui convidado para o almoço na residência do presidente da casa. Lá foi discutido toda essa mudança. Ninguém me disse nada", concluiu Castro.

Imperador
Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS), o presidente da Câmara agiu de forma ditatorial ao levar para o plenário a votação da PEC sem ao menos ter sido elaborado um relatório na comissão especial da Casa. "O presidente tem prerrogativas, mas ele não é um imperador. Ele não pode cancelar ao seu bel prazer comissões", afirmou Fontana.

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