19 SET 2024 | ATUALIZADO 18:33
ESPORTE
Hermes Castro
01/06/2015 06:58
Atualizado
14/12/2018 09:21

CBF: Del Nero aprovou as contas e negociou contratos de Marin

Presidente da CBF referendou todas as contas de seu antecessor e participou da negociação e fechamento de pelo menos 10 dos 13 contratos que a confederação tem com patrocinadores
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Desde a última quarta-feira (27), o mundo do futebol mundial está diariamente nas páginas policiais de todos os jornais do mundo. As investigações deflagradas pelo Departamento de Justiça dos EUA com atuação do FBI, dão conta que vários torneios e eleições foram compradas mediante pagamento de propinas. As prisões até agora realizadas, aconteceram durante o Congresso da FIFA, em Zurique, na Suiça, que reconduziu Joseph Blatter à presidência da entidade, pelo quinto mandato consecutivo.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, abandonou o Congresso e na madrugada da sexta (29), voltou ao Brasil para acompanhar de perto o início das investigações pela Polícia Federal e a instalação da CPI no Senado Federal, proposta pelo senador Romário (PSB-RJ). As primeiras investigações da PF, mostra que Del Nero referendou todas as contas de seu antecessor e participou da negociação e fechamento de pelo menos 10 dos 13 contratos que a confederação tem com patrocinadores. Todos esses contratos foram firmados entre 2012 e 2015.

Segundo Rogério Caboclo, diretor financeiro da CBF, Del Nero não era obrigado a assinar nenhum balanço contábil da entidade. "Quem assina é o presidente da CBF. O Marco Polo por ser muito diligente quis assinar, mostrando que estava de acordo com as contas no geral", afirmou Caboclo. Del Nero foi o único vice-presidente a assinar o balanço e o refendar. O documento detalha todas as contas da CBF no último ano de gestão de Marin, incluindo os acordos de patrocínio, que totalizaram uma receita de R$ 359 milhões.

O presidente Del Nero não se pronunciou sobre o assunto e em sua defesa, Rogério Caboclo, afirmou: "Eu compreendo a teoria de que Del Nero tinha ciência de todos os contratos assinados ao referendar as demonstrações financeiras da gestão de Marin, mas é uma forma simplista de tratar o tema. Quem assina um balanço nem sempre sabe de tudo", argumentou.

Extradição
Contra o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, pesam, na justiça americana, cinco acusações de conspiração para fraude financeira, lavagem de dinheiro e extorsão. Embora o crime de conspiração não esteja previsto na legislação penal suíça, há um tratado de extradição entre a Suíça e os EUA, em vigor desde 2007, e a jurisprudência entre os dois países oferecem pouca margem de manobra para livrar Marin e os demais cartolas presos da extradição.

"Realmente há muito poucas exceções para a recusa. Processos de extradição entre Suíça e os EUA costumam ser muito céleres porque os dois países têm relações muito próximas. A Suíça só não extradita ninguém que possa ser condenado à pena de morte". Explicou o advogado suíçp Marc Henzelin.

Os Estados Unidos têm até 40 dias para formalizar o pedido de extradição dos seis cartolas. Se a requisição contendo o pedido de extradição não chegar neste prazo, os acusados poderão ser postos em liberdade. Porém, não existe registro de que americanos ou suíços tenham alguma vez perdido o prazo. Normalmente, o pedido de extradição costuma ser feito duas ou três semanas após a prisão.

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