Prestes a completar dois anos de funcionamento, o programa de incentivo ao setor de confecções potiguar Pró-Sertão deve fechar 2015 com mais de 1,4 de mil novos postos de empregos diretos.
A criação de vagas é fruto da expectativa pela abertura de 50 novas unidades de confecção até o fim do ano no Seridó e em outras regiões do Rio Grande do Norte.
Atualmente, as âncoras que atuam junto às facções – Guararapes, RM Nor, Hering e Toli, operam com 70 unidades, em todo o Estado. A previsão é de que o ano feche com 100 unidades operando para os grandes grupos de confecção.
De acordo com o diretor industrial do grupo Guararapes Confecções S/A, Jairo Amorim, “Estamos espalhando as unidades por vários municípios porque o Seridó já está ficando saturado. Queremos investir na expansão em cada cidade, apesar de ter muitos municípios na fila, até mesmo para justificar a questão logística”.
A economia do interior passa a ser movimentada pelos investimentos e pagamentos feitos pelas empresas aos faccionistas. Apenas o grupo Guararapes Confecções S/A, que usa a produção das pequenas empresas para abastecer as lojas da rede varejista Riachuelo, realizou R$ 7,5 milhões em pagamentos entre os meses de fevereiro e abril deste ano.
“Os nossos pagamentos são feitos em até dois ou três dias após as peças chegarem aqui na fábrica para a distribuição. Isso é muito importante para a viabilidade do negócio”, explicou Jairo Amorim.
As aberturas de novas empresas de pequeno porte também são auxiliadas diretamente pelas linhas de financiamento do Banco do Nordeste. A instituição bancária já concedeu mais de R$ 2 milhões em financiamentos para instalação de unidades, até abril deste ano. Cada unidade custa entre R$ 150 mil e R$ 180 mil para começar a operação. De sua sala, na fábrica localizada no Distrito Industrial de Extremoz, Amorim controla todo o processo de relação produtiva entre a gigante da confecção e as pequenas unidades espalhadas por todas as regiões do RN.
O mapa do Estado pendurado na parede do diretor já aponta que as facções, fomentadas pelo processo de expansão da Riachuelo no Brasil, mostra um início da mudança do quadro da confecção. O grupo espera fechar este ano com 90 facções operando e alcançar mais 40 unidades em 2016. Antes exclusivas da região Seridó, berço do sistema de facções no RN, agora elas estão capilarizadas, representadas por marcadores azuis e brancos no mapa de Jairo Amorim.
As 70 facções que trabalham em conjunto com a Guararapes estão presentes desde o Alto Oeste, passando por Mossoró, Assu, Mato Grande e Agreste. Apesar disso ainda são as seridoenses São José do Seridó, Parelhas e Jardim do Seridó que concentram mais unidades.
O sistema faccionista empregado funciona com as empresas-âncora entregando os insumos (tecidos, linhas, botões, ficha técnica, modelo) para as pequenas unidades, que ficam responsáveis por finalizar a peça.
Ao fim deste ano, quando chegará a um terço de seu período de vigência estipulado, a quantidade de postos abertos nas facções representará um impacto financeiro mensal superior ao R$ 1 milhão apenas com os salários pagos aos trabalhadores.