A Prefeitura de Mossoró irá transferir a Unidade de Educação Infantil (UEI) Adalgiza Fernandes Moreira, localizada hoje no bairro Boa Vista, para outro prédio ainda a ser definido. Uma das opções em estudo pelo Município é a estrutura onde funcionou a Escola Estadual Presidente Kennedy, no Nova Betânia.
Chama atenção, no entanto, o fato desse prédio pertencer à família da nova diretora da UEI, Evy Regis. De acordo com a secretária municipal de Educação, Magali Delfino, a transferência da creche atende uma decisão judicial e não há qualquer relação com questões políticas.
“Para nós seria até mais fácil chegarmos e iniciarmos o ano letivo sem a necessidade dessa transferência, mas fiquei surpresa ao encontrar não só essa, mas outras três UEIs com decisões judiciais determinando a mudança. Nesse caso do Boa Vista, tudo será feito em acordo com a comunidade, com os pais. O prédio onde funcionou o Kennedy é sim uma opção em estudo”, confirma a auxiliar.
Ainda segundo Magali Delfino, a Secretaria pesquisou em todo o bairro um prédio que atendesse às exigências do Ministério Público e comportasse de forma adequada os quase 300 alunos matriculados na Unidade de Educação Infantil. “Procuramos um outro mais próximo, mas não encontramos. Vamos ouvir os pais, se eles tiverem alguma sugestão, algum outro prédio, vamos acatá-los, pois o que queremos é o bem-estar das crianças, que independe de questões políticas”, frisou.
Por fim, Magali acrescentou que nesta quinta, 2, participará, pela segunda vez, de uma reunião na Vara da Infância e Juventude para tratar sobre a situação da UEI. “O prédio onde atualmente funciona a Unidade pertence à ex-diretora da Escola Manoel Assis, o que para nós não importa, o que queremos é proporcionar bem-estar para as crianças matriculadas”, reforça a secretária.
“Tenho qualificação”, afirma nova diretora
Em conversa com o MOSSORÓ HOJE, a diretora da UEI Adalgiza Fernandes Moreira, Evy Regis, rechaçou qualquer ligação política na possível transferência da creche para o prédio de sua família.
“O problema residiria se eu não tivesse qualificação para ocupar o cargo, mas tenho qualificação, são 41 anos de magistério, 20 anos de gestão, sou especialista em gestão, mestranda em educação”, disse.
Evy ainda argumenta que o prédio de sua família possui uma estrutura mais adequada para receber os alunos, com espaços mais amplos e mais ventilados, por exemplo. “Sobre a distância, em torno de 600 metros, é um sacrifício, para os pais, na busca pelo bem-estar dos filhos. É normal que haja resistência, mas devemos pensar sempre nos nossos filhos. Importante reforçar que não há nada oficializado, para onde a UEI for eu irei junto”, conclui.