O padre Flávio Augusto, vigário da Diocese de Santa Luzia, arrancou aplausos do público que acompanhou a
leitura da Mensagem Anual da prefeita Rosalba Ciarlini, na tarde desta quinta-feira, 2, na Câmara Municipal. Em sua fala, padre Flávio mandou uma espécie de recado diretamente para o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) e para o deputado federal Beto Rosado (PP): “vamos estar de olho no voto de vocês, para que correspondam às expectativas da população”, disse, referindo-se ao projeto de Reforma da Previdência, em tramitação na Câmara Federal.
Segundo o vigário, a tendência da reforma, que prevê idade mínima de 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres, é colocar os pobres mais uma vez no “sacrifício”. “Sem a Previdência Social, a fome teria matado milhares de pessoas, não podemos pagar esse preço”, pontuou padre Flávio, reforçando o seu pedido aos parlamentares potiguares quanto à votação do projeto.
Garibaldi e Beto Rosado conversaram com o MOSSORÓ HOJE sobre a fala do vigário. O senador defendeu que a reforma é “altamente” necessária. “Ninguém tem dúvida disso, principalmente eu, que fui ministro da Previdência. Agora, vamos discuti-la. Ela está na Câmara, depois virá para o Senado. É preciso uma idade mínima, evitar o abuso na concessão de pensões, temos muita coisa a discutir e corrigir”, destacou.
Já o deputado Beto Rosado se mostrou mais flexível quanto aos pontos que têm gerado polêmica na proposta apresentada pela equipe do presidente Michel Temer. “O pedido do padre Flávio é muito pertinente e importante. Nós estamos acompanhando. Obviamente o Governo busca a restauração econômica do país, e enviou um projeto com muitas restrições, muito rígido, e cabe agora ao Legislativo fazer as mudanças necessárias. Temos que escutar a população, não deixar que nenhum direito adquirido seja perdido, não vamos deixar que a população saia perdendo com a reforma”, frisou.
Tramitação
O projeto está sendo analisado por uma Comissão Especial formada na Câmara dos Deputados e já tem gerado polêmica entre os parlamentares. Metade dos integrantes da Comissão se opõe à idade mínima proposta pelo Governo Federal, conforme levantamento realizado pelo jornal Folha de S.Paulo.